Quem quer de fato combater a Cultura do Estupro precisa deixar de lado a benevolência sociológica e a “compreensão de contexto” aplicadas aos demais crimes e criminosos.
A violência contra as mulheres voltou a ser tema de debates calorosos (recomendo texto
do Flavio Morgenstern, publicado hoje neste portal) e isso é ótimo. As
mulheres, de fato, são mesmo vítimas e essa situação exige reflexões
sérias e medidas drásticas.
Para tanto, é preciso reconhecer a
chamada “cultura do estupro” como espécie “cultura de crimes”, gênero
este a abarcar diversas outras condutas criminosas que infelizmente são
relativizadas ou até mesmo defendidas.
Culpar a Vítima
Um dos maiores absurdos quanto à violência que vitima mulheres no Brasil é atribuir culpa à vítima. Justamente quem sofreu a violência acaba sendo acusada de provocá-la, dar causa etc. É um erro nojento, imperdoável. E dão vez e voz a esse raciocínio estúpido todos os quer atribuem a todos os crimes a “culpa da vítima”.
Um dos maiores absurdos quanto à violência que vitima mulheres no Brasil é atribuir culpa à vítima. Justamente quem sofreu a violência acaba sendo acusada de provocá-la, dar causa etc. É um erro nojento, imperdoável. E dão vez e voz a esse raciocínio estúpido todos os quer atribuem a todos os crimes a “culpa da vítima”.
Se você considera a ostentação uma CAUSA
ou algo que JUSTIFIQUE (ou mesmo estimule) assaltos, você comete a
mesma imbecilidade de quem alega que estupros seriam causados por roupas
curtas – e, na prática, endossa a Cultura do Estupro que acredita
combater.
Atribuir Causas Externas que Influenciariam
Outro grande câncer do debate sobre crimes é a insistente atribuição de fatores externos para justificar (ou tentar compreender) a prática de toda sorte de condutas ilegais. Isso, obviamente, é um desserviço – tanto mais porque quase sempre esses fatores externos ou contextuais são equivocados.
Outro grande câncer do debate sobre crimes é a insistente atribuição de fatores externos para justificar (ou tentar compreender) a prática de toda sorte de condutas ilegais. Isso, obviamente, é um desserviço – tanto mais porque quase sempre esses fatores externos ou contextuais são equivocados.
No Brasil, por exemplo, há certa militância que considera a pobreza como causa
da criminalidade. Mas não conseguem explicar como diabos essa “causa”
apenas afeta 0,0000001% das pessoas; afinal, de TODOS os pobres do país,
apenas esse micro percentual parte para a vida de crimes.
Desse modo, portanto, não é uma CAUSA,
mas uma circunstância SEM INFLUÊNCIA DIRETA (pois não leva 99,99999% das
pessoas à prática de crimes). E isso vale para quem busca explicar o
estupro alegando “libertinagem geral do país”, “permissividade sexual”
etc.
Quem defende as causas externas como justificativa para crimes em geral acaba, na prática, dando força à Cultura do Estupro.
Poupar Colegas de Ideologia ou Partido
Acontece sempre. Apanham algum criminoso, ele é julgado e condenado, mas mesmo assim alegam que “não foi bem assim”, ou “as motivações foram em prol da causa” ou algo do tipo. Também buscam descredenciar o julgamento, tratar os condenados como se fossem mártires e há casos em que fazem VAQUINHA para salvar a pele de criminosos condenados.
Acontece sempre. Apanham algum criminoso, ele é julgado e condenado, mas mesmo assim alegam que “não foi bem assim”, ou “as motivações foram em prol da causa” ou algo do tipo. Também buscam descredenciar o julgamento, tratar os condenados como se fossem mártires e há casos em que fazem VAQUINHA para salvar a pele de criminosos condenados.
Isso não difere muito de quando algum
estuprador tem sua conduta amenizada – ou o caso é SILENCIADO – por
conta de vínculo ideológico ou político-partidário. Já vi “feminista” aliviando a barra de Roman Polanski, que estuprou uma menina de 13 anos, e depois reclamando da “Cultura do Estupro” (sério).
Outro caso lamentável é de Gaievski, que trabalhava na Casa-Civil da Presidência da República, e agora está preso sob a acusação de estupro de menores. Houve a alegação de que as menores já eram “maduras”, bem como a prisão do filho e do advogado do acusado, sob alegação de que tentaram coagir testemunhas.
A militância feminista-de-governo, que
promove atos e manifestações até mesmo contra piadas de programas
humorísticos, simplesmente silenciou diante desse caso. Nessa de colocar
o partido na frente da causa, fazendo silêncio diante de algo assim
gravíssimo, acabam por colaborar diretamente com a Cultura do Estupro.
Ou não?
Ser Contra Duras Penas
Por fim, a contraproducente crença quase religiosa de certa militância quando diz que os criminosos não devem receber penas de longa duração – tanto menos, por óbvio, aceitam como discutíveis a adoção de prisão perpétua ou da pena de morte.
Por fim, a contraproducente crença quase religiosa de certa militância quando diz que os criminosos não devem receber penas de longa duração – tanto menos, por óbvio, aceitam como discutíveis a adoção de prisão perpétua ou da pena de morte.
Essa benevolência nas teses sobre
aplicação de penas acaba, logicamente, também abarcando o estupro e
demais circunstâncias de violência contra a mulher. E fica complicado,
na prática, algum militante negar que penas maiores não ajudam a
diminuir o crime.
Tanto mais quando lutam com UNHAS E
DENTES para que determinadas condutas se tornem “hediondas” – ou seja,
recebam… PUNIÇÕES MAIS SEVERAS. Afinal, qualquer um sabe que qualificar
uma conduta X como crime é uma forma de COIBIR a prática dessa conduta –
e aumentar penas, proporcionalmente, atua também dessa forma.
Ao insistir nas penas brandas e
alternativas como forma de conter a criminalidade (e, com isso, vendo-a
aumentar a olhos vistos onde se implantam isso) é uma maneira de,
indiretamente, não conter efetivamente a Cultura do Estupro (vez que o
sistema de aplicação depenas, no geral, também beneficia os estupradores
e demais violentadores de mulheres).
Conclusão
A cultura do estupro precisa menos de campanhas fotográficas nas redes sociais e mais de ações objetivas e diretas. Não adianta fingir que a condena se, no geral, a mesma militância relativiza e “compreende” os demais crimes.
A cultura do estupro precisa menos de campanhas fotográficas nas redes sociais e mais de ações objetivas e diretas. Não adianta fingir que a condena se, no geral, a mesma militância relativiza e “compreende” os demais crimes.
Para enfrentar o atual quadro de
violência contra a mulher, é preciso reconhecer e combater de verdade
TODA a criminalidade. Sem culpar a vítima qualquer que seja o caso, sem
atribuir causa externas qualquer que seja o caso, sem abonar exceções
por simpatia ideológica qualquer que seja o caso.
A chamada cultura do estupro é também
beneficiada pela lamentável cultura de relativização e compreensão da
criminalidade como um todo. Devemos lutar pelo fim de tudo isso – pois
não faz sentido fazer de conta que se combate A enquanto se relativiza B
sendo que integram uma única coisa.
Já passou da hora de acabarmos com essas
bobagens ideológicas. O crime, seja qual for, deve ser punido. Sem
culpar vítimas, sem evocar contextos, sem buscar penas brandas. Quem
defende a impunidade ou relativiza os crimes, colabora diretamente com a
Cultura do Estupro.
Há uma imagem circulando pela web que explica tudo isso de maneira sucinta, direta e inatacável:
Chega de relativizar.
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