Carlos Rhienck/Hoje em Dia
Minas terá peso decisivo nessas eleições, avaliam candidatos pimenta da veiga aécio neves
Pimenta da Veiga discursa no lançamento de sua pré-candidatura ao governo ao lado de Aécio


Segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 15 milhões de eleitores, Minas Gerais merece a atenção especial dos pré-candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Só este mês, a presidente somará duas visitas ao estado. No dia 17, em Governador Valadares, ela prometeu duplicar a BR-381 até o município. Na quarta-feira 26, irá em Betim, para cumprir agenda não divulgada.
O senador Aécio Neves visitou o estado em duas ocasiões: no dia 14 se encontrou com empresários em Nova Lima, na última quinta-feira lançou a sua pré-candidatura ao Planalto e a de Pimenta da Veiga a governador.
Os dois candidatos mineiros à Presidência da República elegeram o estado onde nasceram como o principal campo de batalha na conquista do voto. Nessa lógica, os candidatos ao governo também têm a preocupação de percorrer o território mineiro – 853 municípios –, onde cada região tem características distintas.
O PSDB trabalha para que Aécio consiga vantagem de 4 milhões de votos em Minas. É a mesma meta que o PT quer atingir e que pode definir o resultado da eleição à Presidência. Para as duas siglas, um desafio: ao concentrar esforços em território mineiro, a pré-campanha não estaria deixando de ocupar outros espaços no país?
O pré-candidato petista Fernando Pimentel, questionado se as vindas constantes de Dilma a Minas fazem parte da estratégia eleitoral, argumentou que trata-se do cumprimento da agenda de governo.
“A presidente é mineira e tem um carinho especial por Minas Gerais, onde tem vindo com uma agenda muito positiva de realizações, entregas e anúncios. Esteve aqui para entregar máquinas e equipamentos do PAC 2, para que os próprios prefeitos possam fazer obras de pequeno porte em vias de trânsito de pessoas e deslocamento de produção. Esteve aqui para formatura de alunos do Pronatec, o maior programa de qualificação profissional e técnica em andamento no mundo, com mais de 5,7 milhões de brasileiros matriculados. Esteve aqui para anunciar um extenso programa de obras de mobilidade urbana, incluindo R$ 2 bilhões à disposição do governo estadual para as obras de metrô em BH, além de BRTs e corredores de ônibus por cidades como Uberlândia e Uberaba”, destacou.

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Dilma Rousseff e Fernando Pimentel (Carlos Roberto/Hoje em Dia)

Tranquilo


Pimenta da Veiga afirma que o PSDB está tranquilo e que a presença da presidente Dilma não interfere no que foi programado. “O PT está caindo numa armadilha nossa. Já toma corpo no estado um sentimento de eleger um presidente de alma verdadeiramente mineira. Portanto, as viagens da outra candidata a Minas Gerais não produzirão resultado”.
Tucanos prometem reação forte à presença de Dilma no estado
Para o candidato a governador Pimenta da Veiga, “a Dilma vai enfrentar resistências, vai trabalhar num terreno que não é fértil. Não vamos reagir, vamos agir”, declara.
Do outro lado da trincheira, Pimentel retruca: “Não à toa, como mostram as pesquisas, a influência da presidente Dilma e do ex-presidente Lula entre os mineiros não apenas igualou como superou a dos nossos adversários”.
Diante desse quadro e sendo Minas Gerais o segundo maior colégio eleitoral do país, “é natural imaginar que a presença da presidente durante a campanha será intensa”, acena o petista.
O tom acirrado dos candidatos que polarizam a disputa evidencia a importância de Minas neste pleito, diz o cientista político Otávio Dulci. Para ele, isso era previsível, porque o principal pré-candidato da oposição, Aécio Neves, também é mineiro, ex-governador do estado.
“Há uma tendência de locais onde o candidato tem uma base forte serem muito disputados. O Aécio tem de alcançar aqui um capital eleitoral bom. Os adversários vão tentar reduzir essa vantagem dele e é importante que façam isso, senão perdem espaço”, afirma.
Contudo, Dulci pondera que se Aécio concentrar demais sua atenção em Minas, puxado pelas investidas petistas no estado, pode perder espaço em outras regiões onde é menos conhecido.
“Mas ele não vai fazer isso. Ele já pediu aos aliados que façam a campanha dele aqui, pra que possa ir a outros estados. É uma estratégia inteligente, mas tem que tomar cuidado para não perder espaço na sua ausência”.