Empurra-empurra é 'frequente', diz Damião Borges.
'A cidade não consegue comportar', diz inspetor da Receita Federal.
Haitianos se aglomeram em frente ao prédio da Receita Federal em Brasiléia (AC) (Foto: Alexandre Lima/arquivo pessoal)
Na tentativa de emitir documentos, como Cadastro de Pessoa Física
(CPF), um grupo de imigrantes causou tumulto em frente ao prédio da
Receita Federal nesta sexta-feira (31) em Brasiléia (AC). A polícia esteve no local para apaziguar os ânimos, mas ninguém foi preso.Igor Keira, inspetor chefe da Receita Federal em Brasiléia, explica que a procura pelos serviços é superior a demanda de atendimentos diários. O órgão conta com apenas um servidor para atender uma média de 70 imigrantes por dia. Ele diz que os imigrantes não tentam invadir o prédio, mas se aglomeram em frente ao local, dificultando o acesso de brasileiros.
"Aqui cuidamos da inspetoria de Brasiléia e como ponto fiscal de Epitaciolândia, estamos com poucos servidores, tentando fazer o máximo possível. Para vir mais servidores precisamos do pessoal de Rio Branco e Brasília para mandar uma força-tarefa, só que não estamos conseguindo isso", diz.
Ele reclama que a cidade não tem como comportar a quantidade de imigrantes que chegam a cidade todos os dias. "Chega uma leva muito grande de haitianos. Está tendo problema não só aqui, mas nos Correios, na Polícia Federal, estão ficando aglomerados em todo o lugar, porque a cidade não consegue comportar o quantitativo de haitianos que está chegando", desabafa.
De acordo com Damião Borges, representante da Secretaria de Direitos Humanos na cidade, a situação é comum e ocorre com frequência. "Eles se empurram porque não estão acostumados a formar fila, não é da cultura deles", explica Damião.
Segundo ele, até esta sexta-feira (31), estão no abrigo público ao menos 900 imigrantes. O número é menor do que o registrado até o dia 15 de janeiro, quando estavam na cidade acreana mais de 1,2 mil.
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