quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Caminhoneiros sequestrados são liberados por índios no sul da Bahia


Após quase um dia, eles foram liberados por volta das 17h desta terça (4).
Vítimas disseram que não foram agredidos, mas que estavam sem comer.

Do G1 Bahia

Os caminhoneiros sequestrados por um grupo indígena na noite de segunda-feira (3) foram libertados por volta das 17h desta terça-feira (4).
O sequestro aconteceu no distrito de Camuruxatiba, no município de Prado, a 791 km de Salvador.
De acordo com Alcedino Malacarne, proprietário das carretas, seis caminhoneiros foram sequestrados; já segundo a Polícia Civil, eram cinco as vítimas. Segundo a polícia, os índios ficaram com receio da Polícia Federal, que estava a caminho da aldeia, e resolveram liberar os caminhoneiros.
O dono das carretas e a Policia Militar estavam em um carro particular seguindo para a aldeia quando encontraram o grupo de caminhoneiros na estrada. Eles disseram à polícia que não foram agredidos, mas que estavam sem comer e beber desde a segunda (3).
De acordo com as vítimas, os índios deram cinco minutos para que eles saíssem da aldeia. Com isso, os motoristas dos caminhões pegaram os veículos e saíram, levando também a madeira que fazia parte do carregamento deles.
As carretas foram levadas pelo dono. A Polícia Militar informou que a Polícia Federal (PF) de Ilhéus vai até a aldeia na quarta-feira (5). No mesmo dia, dois caminhoneiros irão para Porto Seguro por volta das 10h para serem ouvidos na sede da Polícia Federal.

O caso
Segundo o proprietário dos caminhões, Alcedino Malacarne, os seis motoristas faziam o transporte de eucalipto, quando foram supreendidos por índios de um grupo conhecido como Pequi, que fica a 12 km da fazenda onde as madeiras são recolhidas, em Camuruxatiba.
Malacarne conta que abriu uma estrada na região para garantir o escoamanento da produção e, por isso, o grupo indígena passou a exigir dele dinheiro e materiais como madeira, óleo, gerador, além de bois. "Eu colaboro muito com eles. Mudaram um cacique e agora estão fazendo isso comigo. Além dos caminhoneiros que estão sem comer nada desde ontem, a produção está toda parada, já que os caminhões também foram levados", afirma.
O líder da aldeia Cahy, cacique Timborana, que fica próxima da localidade e é contrário à ação, explica que esteve no local onde o grupo Pequi vive e pediu que soltassem os trabalhadores. No entanto, ele relata que foi mal recebido. Nenhum representante do grupo indígena foi encontrado para comentar o assunto e as motivações do sequestro.

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