sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O “tudo de nada” dos rolezinhos


 
 
Leo Daniele
 
 
     
      Eles existem, e daí? Falta inspiração, falta rumo. Nota-se que estes jovens “cheios de nada, vazios de tudo” — como dizia Plinio Corrêa de Oliveira — estão abarrotados de Igualitarismo.
      Vê-se que a finalidade primária das esquerdas com os rolezinhos seria criar um episódio de luta de classes, em que proletários “que nada têm” se revoltariam diante do “luxo espantoso” dos shoppings. “Abaixo a opressão”! “Abaixo a injustiça”! Mas logo ficou claro que os proletários não estavam aparecendo, e sim os verdadeiros frequentadores de tais locais, muitas vezes da classe média baixa.
      Partiram então para uma variante, que era fazer uma farra, criar um tumulto. Outra maneira de implantar o igualitarismo, pois como diz o ditado popular, “quem não tem cão, caça com gato”: além da luta de classes há nos rolezinhos uma finalidade paralela: criar o caos, e acostumar as populações com ele.
      Como afirma Plinio Corrêa de Oliveira na obra Revolução e Contra-Revolução,  é indispensável “pôr um pouco de clareza e de ordem num horizonte em cujos quadrantes o que cresce principalmente é o caos.  Qual o rumo espontâneo do caos senão uma indecifrável acentuação de si próprio?”(1)
      Está dando certo? Não parece, pois a impopularidade dos rolezinhos existe largamente inclusive no proletariado.
      Eles são pacíficos, ou assim se apresentam. É claro, entretanto, que sob esta capa pacifista há de tudo: roubos, insultos, drogas, vandalismo, uma imoralidade desbragada… Apesar de não serem violentos,  não são inócuos, e se transformaram em um problema de segurança para os shoppingse seus frequentadores, além de constituírem um prejuízo certo para os donos das lojas, e também para os consumidores.
      A vitalidade que ostentam em boa parte vem de fora, uma espécie de empréstimo em que o que mais dá, mais lucra. Refiro-me ao Quarto Poder, aos midiagogos, ou simplesmente a certa mídia. Eles ganham com os rolezinhos.
      O caos, muitas vezes, é a primeira etapa das revoluções. “Eles entram pacificamente nos locais, mas, depois, costumam promover correria assustando lojistas e frequentadores. Os adolescentes se reúnem em grupos de cerca de 20. Passam correndo por corredores entoando batidas de funk. Os que vêm atrás se integram aos demais, numa formação conhecida como ‘bonde’.”(2) Organizados, não? E depois procuram fazer crer que se trata de manifestações inteiramente espontâneas!
     A própria esquerda reconhece que está decadente, e um sintoma dessa decadência é a própria existência dos rolezinhos: deviam ser de um igualitarismo mais explícito. Não conseguem nada de melhor, para não perder de todo a batalha da popularidade.  Recentemente tentaram os black corps; fracasso. Abandonaram então a violência e criaram os rolezinhos, sem cor, sem cheiro e sem sabor, mas deu na mesma. Nem de longe atenderam ao que desejavam seus inspiradores, pois segundo uma pesquisa, nada menos que 82% da população é contra rolezinhos.(3)
      Até agora, foi um fracasso análogo ao dos sem-terra: 30 anos de malogro completados recentemente. Mas estejamos vigilantes: de tanto tentar, de repente acertam uma. Sobretudo se tiverem uma ajudazinha do clero esquerdista.
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Notas:
1. Revolução e Contra-Revolução, Parte III, p. 159, Artpress, S. Paulo, edição comemorativa dos 50 anos da publicação.
2. Ana Krepp, “Folha de S. Paulo”. 15-1-14.
3. Revela pesquisa Datafolha.  “Folha de S. Paulo”, 23-1-14.
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(*) Leo Daniele é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

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