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Leo Daniele
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Eles existem, e daí? Falta
inspiração, falta rumo. Nota-se que estes jovens “cheios de nada, vazios de
tudo” — como dizia Plinio Corrêa de Oliveira — estão abarrotados de
Igualitarismo.
Vê-se que a finalidade
primária das esquerdas com os rolezinhos seria criar um episódio de
luta de classes, em que proletários “que nada têm” se
revoltariam diante do “luxo espantoso” dos shoppings. “Abaixo a
opressão”! “Abaixo a injustiça”! Mas logo ficou claro que os proletários
não estavam aparecendo, e sim os verdadeiros frequentadores de tais locais,
muitas vezes da classe média baixa.
Partiram então para uma
variante, que era fazer uma farra, criar um tumulto. Outra maneira de
implantar o igualitarismo, pois como diz o ditado popular, “quem não tem
cão, caça com gato”: além da luta de classes há
nos rolezinhos uma finalidade paralela: criar o caos,
e acostumar as populações com ele.
Como afirma Plinio Corrêa de
Oliveira na obra Revolução e Contra-Revolução, é
indispensável “pôr um pouco de clareza e de ordem num horizonte em cujos
quadrantes o que cresce principalmente é o caos. Qual o rumo
espontâneo do caos senão uma indecifrável acentuação de si
próprio?”(1)
Está dando certo? Não parece, pois a
impopularidade dos rolezinhos existe largamente inclusive no
proletariado.
Eles são pacíficos, ou assim se
apresentam. É claro, entretanto, que sob esta capa pacifista há de tudo: roubos,
insultos, drogas, vandalismo, uma imoralidade desbragada… Apesar de não serem
violentos, não são inócuos, e se transformaram em um problema de segurança para
os shoppingse seus frequentadores, além de constituírem um prejuízo
certo para os donos das lojas, e também para os consumidores.
A vitalidade que ostentam em boa
parte vem de fora, uma espécie de empréstimo em que o que mais dá, mais lucra.
Refiro-me ao Quarto Poder, aos midiagogos, ou simplesmente a certa
mídia. Eles ganham com os rolezinhos.
O caos, muitas vezes, é a primeira
etapa das revoluções. “Eles entram pacificamente nos locais, mas, depois,
costumam promover correria assustando lojistas e frequentadores. Os adolescentes
se reúnem em grupos de cerca de 20. Passam correndo por corredores entoando
batidas de funk. Os que vêm atrás se integram aos demais, numa formação
conhecida como ‘bonde’.”(2) Organizados, não? E depois procuram fazer crer
que se trata de manifestações inteiramente espontâneas!
A própria esquerda reconhece que está
decadente, e um sintoma dessa decadência é a própria existência
dos rolezinhos: deviam ser de um igualitarismo mais explícito. Não
conseguem nada de melhor, para não perder de todo a batalha da popularidade.
Recentemente tentaram os black corps; fracasso. Abandonaram então a
violência e criaram os rolezinhos, sem cor, sem cheiro e sem sabor, mas
deu na mesma. Nem de longe atenderam ao que desejavam seus inspiradores, pois
segundo uma pesquisa, nada menos que 82% da população é
contra rolezinhos.(3)
Até agora, foi um fracasso análogo
ao dos sem-terra: 30 anos de malogro completados recentemente. Mas estejamos
vigilantes: de tanto tentar, de repente acertam uma. Sobretudo se
tiverem uma ajudazinha do clero esquerdista.
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Notas:
1. Revolução e
Contra-Revolução, Parte III, p. 159, Artpress, S. Paulo, edição
comemorativa dos 50 anos da publicação.
2. Ana Krepp, “Folha de S. Paulo”. 15-1-14.
3. Revela pesquisa Datafolha. “Folha de S. Paulo”,
23-1-14.
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(*) Leo Daniele é colaborador da Agência Boa Imprensa
(ABIM)
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