quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Brasil não atingirá meta para reduzir analfabetismo entre adultos, diz Inep


Meta, assinada com a Unesco, era de melhoria em 50% no índice até 2015.
País também não deve cumprir metas sobre acesso a creches.

Felipe Néri Do G1, em Brasília

.O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, afirmou nesta quarta-feira (29), após a divulgação de relatório da Unesco sobre educação no mundo, que o Brasil não deverá alcançar a meta, assinada em 2000 por 164 países, de  melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos até 2015.

O 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação indica que o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior número de analfabetos adultos. Segundo o estudo, há 774 milhões de adultos analfabetos no mundo, sendo que 72% deles estão em dez países – o Brasil está entre eles. O presidente do Inep informou que a o número elevado de idosos que não sabem ler nem escrever é um dos fatores que dificultam a erradicação do analfabetismo no país.
Dos seis objetivos definidos em 2000 para a educação a serem cumpridos até 2015, o presidente do Inep afirmou que quatro serão cumpridos pelo Brasil: educação primária universal, paridade e igualdade de gênero, garantia  do aprendizado de jovens e adultos, melhoria na qualidade do ensino.  A alfabetização para adultos e a educação na primeira infância, com acesso a creches, deverão ficar fora da lista de metas cumpridas.
“Acredito, baseado em projeções, que nós vamos alcançar quatro dessas metas. E essas outras duas metas nós temos dificuldades. Analfabetismo, por exemplo, nós avançamos muito, [...] vamos perseguir até o fim. [...] Pode ser que no global não cheguemos aos números, mas vamos chegar com a população mais jovem. [...] A questão das creches e pré-escola também é outra [dificuldade em atingir meta]”, declarou Costa.
Segundo o Inep, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2012, 24% da população com mais de 60 anos é analfabeta.
O presidente do Inep, que representou o Ministério da Educação no lançamento do relatório da Unesco, em Brasília, disse que é preciso relativizar os dados que colocam o Brasil entre os dez com maior número de analfabetos. “Isso tem que ser relativizado, claro, porque o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo. Mas se observamos a redução brasileira de analfabetismo, já chegamos a 91,8% hoje de taxa de alfabetizados, e se pegarmos a população de 15 a 16 anos, nós temos 98% de alfabetização”, disse Costa.

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