Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A festa de Iemanjá, na praia do Rio Vermelho
Curiosidades - Uma das superstições sobre a Festa de Iemanjá remete sobre os presentes dados à orixá. Caso não afundem, é porque foram aceitos pela divindade. Mas, se a oferenda aparecer na superfície da água ou na areia, significa que Iemanjá não gostou do presente e o teria devolvido, causando grande frustração nos devotos.
Por isso, além das flores e perfumes, é comum pessoas oferecerem jóias, acessórios, bebidas, produtos de beleza e até mesmo dinheiro, tudo para agradar a rainha do mar, que é conhecida também por ser vaidosa. Outro objeto também comum como presente é a imagem de um cavalo marinho que, segundo a lenda, é o guardião da casa de Iemanjá e o mensageiro mais rápido da divindade.
No entanto, nos últimos anos, vem crescendo um movimento defendido pelos ambientalistas, de forma a alertar a população sobre os presentes jogados ao mar que não se decompõem e que acabam levando à morte animais marinhos por intoxicação. Desde então, é realizado um trabalho de conscientização para que sejam oferecidos apenas presentes biodegradáveis a Iemanjá.
Lenda
Conta a lenda do povo iorubá (da atual Nigéria) que Iemanjá, filha de Olokum - o deus africano do mar -, transformou-se em rio para fugir de seu marido, rei de Ifé, que, embriagado, a perseguiu com seus exércitos até a casa de seu pai, onde encontrou refúgio e proteção. Mais tarde, seguindo o seu povo iorubá, Iemanjá atravessou o oceano protegendo os escravos das tormentas marítimas e, chegando à Bahia, fez do exílio seu reino.
Suas águas encantadas passaram a banhar lindas praias e a emoldurar belas ilhas, mas também vieram amedrontar seus filhos em dias de tempestade. Para os pescadores, Iemanjá é a grande mãe desejada, de seios majestosos, cabelos longos e soltos ao vento, generosa, altiva e respeitável. Para as mulheres é uma amante ciumenta, perigosa e voluntariosa, que rouba seus homens e os leva para o fundo do mar. No candomblé, Iemanjá é a mãe de todos os orixás. É vista como a Nossa Senhora da Conceição pelos católicos, como a Janaína dos índios e a Sereia dos marinheiros europeus.
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