domingo, 29 de dezembro de 2013

Prejuízos da chuva provocam alta no preço do tomate em 200% no ES


Dados são da Ceasa, que ainda apontou alta em hortaliças e folhas.
Muitas plantações na zona rural do estado ficaram alagadas.

Juliana Borges Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
Os produtores rurais tiveram muitos prejuízos com as chuvas dos último dias. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, lavouras e pastagens foram destruídas no interior do Espírito Santo. Muitos dos produtos que conseguiram ser levados para a Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Cariacica, local de distribuição para os pontos comerciais, também não estão com a melhor qualidade, segundo os produtores. A Secretaria informou que a consequência é a alta dos preços, como o do tomate, que uma semana antes da chuva, a caixa custava entre R$ 20 e R$ 25, e nesta foi vendida a R$ 60. Uma alta de 200%, segundo a Ceasa.
O gerente de mercado da Ceasa, Marcos Magnago, contou que em uma semana as folhas subiram 64% e as hortaliças 88%. A caixa de alface que saía a R$ 15, agora não custa menos de R$ 25. "O impacto das chuvas no setor hortifrutigranjeiro foi muito grande. Isso vai implicar não só nos preços como na qualidade dos produtos. Há muito anos eu não via uma situação como essa", disse.
O produtor rural Giovani Guisso, de Alfredo Chaves, região Serrana do estado, tem plantações de tomate há 40 anos. Ele disse que nunca viveu uma situação como essa. "Foi uma semana de chuva direto. Então isso foi muito ruim para o tomate e outras horticulturas também", falou.
O secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, falou que a região que teve mais prejuízos foi a Serrana, grande produtora de hortifrutigranjeiros. "O município de Santa Maria de Jetibá, por exemplo, que entrega cerca de 30% de tudo o que chega do Espírito Santo na Ceasa, foi muito atingido. temos relatos de locais com mais de 80% de perda", contou.
Na região Noroeste, as maiores perdas foram na produção de café conilon. Já na parte Sul, os prejuízos foram com o leite. No litoral, muitas pastagens estão tomadas pela água, o que afetou a pecuária da região, segundo o secretário.
Estrada de terra alagada, no interior do estado (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Estrada de terra alagada, no interior do estado
(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Estradas rurais
Uma viagem que duraria pouco mais de duas horas, levou uma noite inteira para a produtora rural Ivoneide Freire, que mora na área rural de Santa Maria de Jetibá. Com as fortes chuvas, muitas estradas ficaram intransitáveis. "Foi muito difícil. Tivemos que passar por atalhos, porque as estradas estão muito ruins. Demoramos uma noite para chegar e tivemos que ter paciência porque tinha o perigo de cair barreiras", disse.
O secretário Enio Bergoli explicou que o Espírito Santo tem 50 mil quilômetros de estradas rurais de terra e que cerca de 20 mil quilômetros foram prejudicados. Na próxima quinta-feira (2), o governo do estado vai finalizar a contratação de serviços hora/máquina para os 50 municípios que estão com problemas em suas estradas.
"Essas máquinas, junto com outras que já havíamos cedido para os municípios, darão conta do serviço. Nós estamos em uma época de chuvas até março, então a recuperação vai ser lenta. Acredito que conseguiremos recuperar as estradas de terra até o final do período seco", falou o secretário.
Estrada interditada por alagemento no interior do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Estrada interditada por alagemento no interior do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

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