sábado, 30 de novembro de 2013

Vereadores aprovam feriado em São Borja para homenagear Jango


Restos mortais do ex-presidente, em fase de exumação, devem retornar em 6 de dezembro

A Câmara Municipal de São Borja aprovou nesta sexta-feira, em reunião extraordinária, projeto de lei que torna feriado municipal o dia 6 de dezembro, data de falecimento do presidente João Goulart. Em 2013, a data vai marcar o retorno dos restos do ex-presidente, após um processo de exumação, em Brasília.

Lideranças políticas defendiam que ao tornar feriado e decretar luto oficial nessa data, serão dadas as justas homenagens e o tratamento adequado ao chefe de Estado. A homenagem foi negada a Jango quando faleceu, em Mercedes, na Argentina.

Um teste de DNA comprovou que os restos mortais retirados do jazigo da família Goulart são mesmo de Jango. A demora no processo de exumação foi justificada em função da incerteza sobre o local exato da urna. No jazigo, há oito caixões das famílias de Jango e do ex-governador Leonel Brizola.

De acordo com a viúva do ex-presidente, Maria Thereza Goulart, o caixão de Jango havia sido depositado à direita. Os peritos começaram os trabalhos neste setor, mas depois descobriram que a posição do esquife era à esquerda. Os testes de exumação podem identificar se o ex-presidente foi vítima de envenenamento (em função de ser perseguido pela ditadura) ou morreu de problemas cardíacos, conforme versão oficial. O resultado pode demorar um ano para ser finalizado.

Na quinta-feira da semana passada, os restos mortais foram recebidos em Brasília. Jango recebeu honras de Chefe de Estado com a execução do hino nacional e salva de 21 tiros de canhão. A presidente Dilma Rousseff esteve o tempo todo ao lado da viúva. Os ex-presidentes Lula, José Sarney e Fernando Collor de Mello estiveram presentes na solenidade.

Sessão anulada
Quase 50 anos após o golpe militar, o Congresso Nacional aprovou na semana passada um projeto de resolução anulando a sessão do Poder Legislativo que declarou vaga a presidência da República e destituiu Jango do cargo. A matéria foi tratada pelos parlamentares como uma "reparação" e "desculpa" histórica à decisão do Parlamento que, entre a noite dos dias 1º para 2 de abril de 1964, retirou formalmente Goulart da chefia do Executivo e abriu caminho para institucionalizar a ditadura militar.



Fonte: Rádio Guaíba

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