Com medo da violência, pai é porteiro voluntário em escola de Fortaleza

Pais relatam brigas entre alunos e venda de drogas.
Secretaria de Educação anuncia contratação de monitores.

Do G1 CE

Os pais de alunos da escola municipal Cláudio Martins, em Fortaleza, estão preocupados com a segurança do alunos. Há cerca de um ano, os seguranças armados foram dispensados e, agora, é um pai voluntário que faz o serviço de portaria. “Eu fico de 13h às 18h, de manhã outro pai faz [o trabalho]”, disse José Ferreira, cujo filho estuda na unidade.
Mães, pais e estudantes temem assaltos e até agressões. “Já aconteceu de o portão ficar e entra pessoas sem ser da parte da escola", afirmou Sandra Leite.

Sem trabalho voluntário, portaria fica abandonada
(Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Opinião semelhante tem Ana Valéria de Jesus, que também é mãe de um dos estudantes. “Elas querem que a gente venha na hora do recreio para olhar [as crianças], mas agente não tem tempo, tem trabalho”, disse.
Segundo uma mãe que não quer se identificar, além da insegurança, os pais também têm de se preocupar com a venda de drogas, as brigas entre os alunos e os pais que decidem se vingar pelos filhos. “Se tivesse um guarda de manhã, como tinha antes, eles teriam medo e não faziam. Mas agora tem até droga na porta da escola”, afirmou.

A Secretaria de Educação, por meio do coordenador administrativo Sérgio Carvalho, afirmou que todas as escolas devem receber monitores em breve. Eles serão contratados por meio de uma licitação que já está em andamento e serão responsáveis por recepcionar os alunos, mas desarmados.
"Nós não queremos mais vigilantes armados, porque isso não garante a segurança das crianças", disse Carvalho. Segundo o órgão, só haverá segurança armada no turno da noite. Os monitores de acesso vão receber os alunos na porta da escola e serão capacitados para fazer também um trabalho de mediação e de aproximação dos alunos.