A TARDE
Estudiosos do Instituto de Pesquisas (TSRI, na sigla em inglês) e da Universidade Weill Cornell Medical College conseguiram obter uma visão detalhada da estrutura atômica da proteína que envolve o HIV, vírus da imunodeficiência humana adquirida.
Segundo o estudo publicado na revista americana Science, a descoberta poderia abrir a via para uma vacina contra este vírus.
"Para desenvolver uma vacina se deve entender quais partes desta importante proteína trimérica podem ser reconhecidas por anticorpos amplamente neutralizantes", disse a bióloga celular do TSRI, Bridget Carragher.
"Para entender isto, deve-se compreender que aspecto tem a estrutura dessa entidade", continuou.
"Uma vez feito isso, pode-se começar a projetar uma vacina que imite essa entidade, provoque uma resposta de anticorpos e consiga com que o ser humano combata o vírus real quando aparecer", prosseguiu.
Embora fármacos antivirais sofisticados tenham sido usados para tratar o HIV em muitos países desenvolvidos, até agora não se conseguiu uma vacina contra esta infecção.
O fracasso no desenvolvimento de uma vacina costuma ser atribuído à natureza complexa da proteína que envolve o HIV, conhecida como Env.
A delicada estrutura de Env tem dificultado os esforços para obter a proteína em uma forma que permita a formação de imagens de resolução atômica necessárias para compreendê-la cabalmente.
"Tende a desmoronar, por exemplo, mesmo quando está na superfície do vírus, razão pelo qual para estudá-la temos que conseguir com que seja mais estável", disse o biólogo do TSRI, Andrew Ward.
No entanto, os cientistas conseguiram projetar uma versão do trímero Env, uma estrutura de três componentes, com a estabilidade necessária para a formação de imagens de resolução atômica.
Os pesquisadores conseguiram estudar o trímero Env usando imagens de vanguarda e microscopia eletrônica.
O uso de cristalografia de raios-X permitiu aos pesquisadores examinar o trímero Env com mais detalhes do que em tentativas anteriores.
Os dados também permitiram aos cientistas fazer comparações com as proteínas de envoltório de outros vírus mortais, como a gripe e o ebola.
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