Painéis de madeira são produzidos em uma fábrica e levados ao local.
Projeto de pesquisa busca apontar novas tecnologias para construção civil.
A moradia é feita sem tijolo, utilizando um sistema chamado woodframe, tecnologia alemã de construção a seco que utiliza madeira autoclavada de reflorestamento e isolamento térmico com lã de vidro ou garrafas pet. Segundo os responsáveis pela obra, as edificações podem ser finalizadas em menor tempo, com menos mão de obra e mais benefícios ao meio ambiente.
“É uma tecnologia totalmente industrializada. Os painéis são feitos em fábrica, com as paredes saindo prontas com a hidráulica, com a elétrica, com as janelas. Os materiais são sustentáveis do ponto de vista de impacto ambiental. Nós utilizamos madeira de reflorestamento, materiais com um cunho ecológico importante. É mundialmente uma das tecnologias mais sustentáveis no ponto de vista ecológico”, disse o diretor da Tecverde, José Marcio Fernandes.
O diretor destaca que esta forma de construção traz uma série de vantagens com relação a convencional, como o desempenho térmico, acústico e no controle de umidade. “O desempenho térmico e acústico é feito através de mantas de isolamento, e das próprias camadas do material. Já o controle de umidade é feito através de uma membrana, que deixa a umidade passar apenas de dentro para fora. Independente do clima, a casa terá um bom desempenho, seja pelo isolamento térmico, seja pela membrana que controla a umidade”, explicou Fernandes.
Paredes e estrutura do telhado foram erguidas em menos de três horas (Foto: Rodrigo Saviani/G1)
Custo mais baixoSegundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Londrina, Gérson Guariente, Sem o acabamento, a casa sai por R$ 28 mil, 10% a menos do que uma construção convencional. “O custo é bastante competitivo com relação ao estilo de construção convencional. Por estar no começo do processo, é uma vantagem. Com o crescimento, isso deve reduzir ainda mais o custo”, analisou.
Para Guariente, o novo formato pode ser utilizado para programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida. “Você pode fazer uma casa do mesmo tamanho em um preço mais baixo, ou uma casa maior com um preço igual”, disse o presidente do Sinduscon.
De acordo com a professora Ercilia Hirota, do Departamento de Construção Civil da UEL e coordenadora do projeto de pesquisa ZEMCH Brazil, a edificação é um exemplo de construção sustentável, destinada a famílias com renda de até três salários mínimos. “Nós optamos trabalhar com esse tipo de tecnologia, porque há uma urgência para a construção de casas para pessoas de baixa renda, e precisávamos de algo rápido. Além disso, observamos que as construções convencionais têm muitas perdas, o que é evitado através dessa tecnologia”, analisou.
A professora explicou que integrantes do projeto de pesquisa, professores e alunos do Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL irão avaliar o desempenho térmico e acústico da casa. Ao lado da casa será montado outro protótipo elaborado pelos professores e alunos do mestrado em Metodologia de Projetos de Arquitetura e Urbanismo da universidade.
O projeto de pesquisa ZEMCH Brazil conta ainda com a participação da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (SP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) e do Sindicato da Construção Civil no Norte do Paraná (Sinduscon).
Sem o acabamento, a casa sai por R$ 28 mil, 10% a menos do que uma construção convencional (Foto: Rodrigo Saviani/G1)
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