Documento sobre problema foi entregue ao MP e Cremero, em Porto Velho.
Protestos são constantes na unidade de pronto atendimento.
Imagens
cedidas ao G1 mostram protesto ocorrido na última segunda (28) em
frente a UPA da zona Leste (Foto: Reprodução/Cinegrafista amador)
A diretora clínica Daniele Mattos Passu afirmou nesta quarta-feira (30)
que não há nenhum pediatra para atender na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) da Zona Leste, em Porto Velho. “Entregamos documento
ontem [terça-feira (29)] ao Ministério Público Estadual e Conselho
Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) porque se acontecer alguma
coisa mais grave na unidade não será nossa responsabilidade”, alertou.
Na segunda-feira (28) manifestantes colocaram fogo em frente à unidade,
protestando contra a falta de médicos.
Segundo Daniele, a UPA trabalha com quantidade de profissionais
reduzida, não somente médicos, mas enfermeiros, técnicos e procedimentos
laboratoriais. Atualmente são 26 médicos, quando o número de
profissionais deveria ser de 39 para fazer revezamento dos plantões de
seis e doze horas. Apenas um faz plantão de 24 horas, diz ela. “A
prefeitura sabe disso desde o início do ano”, argumenta. “Eu mesma já
tive que aplicar medicação porque não tinha um enfermeiro”, denuncia.
Os recentes episódios envolvendo a unidade fizeram com que um médico
pedisse demissão há uma semana e o efeito pode ser cascata, de acordo
com a diretora clínica. “Três estão cogitando sair também. A maioria não
aguenta. Dois já levaram socos recentemente, outros dois tiveram seus
carros furtados no estacionamento. Xingamento é praxe”, desabafa.
Na segunda-feira (28) houve protesto e pacientes atearam fogo em pneus
em frente a UPA. Vídeos gravados pelos pacientes mostram a parte
interna da unidade. “Ouvi dizer que existe infiltração, mas não posso
afirmar do que se trata”, explica a diretora clínica.
Imagens mostram corredores vazios da unidade com funcionários
revoltados com a estrutura oferecida pelo município. “Isso é fezes e
xixi escorrendo pela parede”, disse uma funcionária sem se identificar.
“O único modo que nós temos para chamar a atenção da sociedade é
fazendo reivindicação", conclui um dos manifestantes, que não quis se
identificar.
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