terça-feira, 29 de outubro de 2013

Governo de SP pediu ação da PRF na Fernão Dias, diz Ministério da Justiça


Protestos na noite desta segunda-feira (28) fecharam a rodovia.
Ministro da Justiça conversou com secretário estadual de segurança.

Do G1, em Brasília

Ônibus queimado durante protesto na noite desta segunda (Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO)Ônibus queimado durante protesto na noite desta segunda (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)
Mapa do protesto em SP (Foto: Arte/G1)
O governo de São Paulo e o Ministério da Justiça combinaram uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em conjunto com a polícia militar na rodovia Fernão Dias, que nesta segunda-feira (28) foi bloqueada por manifestantes durante protesto. A informação sobre a ação conjunta foi confirmada ao G1 pela assessoria do ministério.
Grupos tomaram a rodovia após protesto que começou em bairro vizinho, na Vila Medeiros, contra a morte do estudante Douglas Rodrigues, que foi baleado por um policial militar no domingo (27). O soldado foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção) e foi preso por determinação da Polícia Militar. O advogado do policial alega que o disparo foi acidental.
A morte motivou protestos na região da Vila Medeiros, Jaçanã e Tremembé por duas noites seguidas. Na segunda (28), ao menos seis ônibus e três caminhões foram incendiados na rodovia ou em ruas próximas. O comércio, que já tinha fechado as portas no meio da tarde, teve lojas saqueadas.
Na noite de segunda, a PM prendeu 90 pessoas. Todas foram liberadas nesta terça-feira (29) por falta de provas. Segundo policiais civis do 39º Distrito Policial, na Vila Gustavo, o último detido permanece na delegacia por estar sem documento.
Outro grupo formado por dois adolescentes e um adulto foi levado na manhã desta terça-feira para o DP suspeito de cometer saques durante o protesto. Segundo os policiais, o trio alega ter encontrado bermudas e camisetas de surf e uma TV de LED na rua. Funcionários de uma loja invadida devem ir até a delegacia para fazer reconhecimento dos objetos.
Cooperação estratégica
Em entrevista à rádio CBN na manhã desta terça (29), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que conversou com o secretário de segurança pública do estado de São Paulo, Fernando Grella, e que governo federal e estadual combinaram a ação da PRF na rodovia.
"Ontem [segunda-feira], diante da situação que se verificou na estrada Fernão Dias, tive contato com secretário de Segurança, Fernando Grella, e combinamos uma reunião operacional para discutir detalhes de ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal e a polícia do estado de São Paulo. A ideia é que possamos ter ações mais integradas e maior agilidade em situações desta natureza", afirmou o ministro à rádio.
"A partir de hoje, já vamos dialogar. A diretora-geral da PRF manterá contato com a Secretaria de Segurança Pública para que equipes técnicas já possam se sentar à mesa hoje para verificar questões de efetivo. Precisamos uma sintonia maior entre as duas forças policiais", completou Cardozo.
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Fernando Grella Vieira, afirmou também nesta terça-feira (29) em entrevista à rádio CBN que irá “intensificar” e “reforçar” o policiamento na rodovia após os protestos violentos ocorridos durante a tarde e noite de segunda-feira (28) que bloquearam a via.
Morte de estudante e prisão
As duas noites de protesto em pontos da Zona Norte ocorreram após a morte do esudante Douglas Rodrigues. O policial militar Luciano Pinheiro, de 31 anos, preso por suspeita de matar o adolescente, alega que o tiro que atingiu o estudante foi acidental.
O policial militar havia sido "autuado em flagrante delito por homicídio culposo (quando não há a intenção)" pela Polícia Civil. O policial foi detido por determinação da corporação e levado para o presídio Romão Gomes.
A família diz que o adolescente passava com o irmão de 12 anos em frente a um bar da Rua Bacurizinho, esquina com a Avenida Mendes da Rocha, quando um policial militar que chegou ao local para averiguar uma denúncia atirou.
Na noite de domingo, o incidente gerou um violento protesto por parte de moradores da Vila Medeiros, que incendiaram três ônibus, atiraram pedras em veículos e destruíram lixeiras e telefones públicos neste domingo.
A Força Tática da PM precisou recorrer a bombas de gás lacrimogêneo e a disparos de balas de borracha para dispersar os manifestantes. Duas agências bancárias da Avenida Roland Garros também foram danificadas, além de um carro da polícia apedrejado.
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Manifestantes ateiam fogo em ônibus e caminhões durante o protesto contra a morte do garoto Douglas, na rodovia Fernão Dias, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (28). (Foto: Beto Martins/Futura Press)Manifestantes ateiam fogo em ônibus e caminhões durante o protesto contra a morte do garoto Douglas, na rodovia Fernão Dias, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (28). (Foto: Beto Martins/Futura Press)
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Caminhão é incendiado na Rodovia Fernão Dias (Foto: Reprodução/TV Globo)Caminhão é incendiado na Rodovia Fernão Dias (Foto: Reprodução/TV Globo)

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