domingo, 1 de setembro de 2013

Seca, que já dura dois anos, castiga criadores do semiárido nordestino


Situação é crítica na Paraíba, onde a chuva está cada vez mais escassa.
Para garantir a sobrevivência dos animais, parte do rebanho foi vendida.

Do Globo Rural

Não é de hoje que o Nordeste brasileiro sofre com o cenário triste da seca.
A paisagem cinza por conta da falta de água pode até não ser novidade, porque seca tem todo ano, mas desta vez, a diferença é que a situação resolveu ser mais duradoura e não deu tempo da vegetação se recuperar.
Mesmo em áreas onde caiu um pouco de água, como na propriedade de Aloísio da Costa, no município de Santa Cecília, na Paraíba, a pastagem verde não deve aguentar até a próxima estação chuvosa e o que choveu até agora não foi suficiente para encher o açude.
Devido a falta de chuva, que se arrasta desde a seca do ano passado, muitos criadores se desfizeram do rebanho por não ter o que dar para os animais comerem. Das 16 vacas da propriedade, hoje Aloísio conta com apenas oito.
Na Fazenda Carnaúba, no município de Taperoá, a situação também se complicou. Apesar de toda a estrutura que a família Dantas construiu ao longo dos anos, não está sendo fácil atravessar a estiagem.
“A seca é um processo lento. Ela vai matando, vai matando a produção, matando as expectativas, matando os ânimos do pessoal aos poucos”, diz o criador Joaquim Dantas.
A fazenda Carnaúba é conhecida pelo trabalho de preservação de cabras e ovelhas nordestinas e por lidar com animais guzerá e sindi, raças consideradas resistentes para as condições da região.
Manelito Dantas segura nas mãos todas as anotações pluviométricas que fez na propriedade desde 1976. Em nenhum ano de lá para cá choveu menos que em 2012, quando foi registrado apenas 163 milímetros. Agora, em 2013, até o mês de agosto, o acumulado está em torno de 120 milímetros. Em 2012/2013, o comportamento da chuva se mostra cada vez pior.

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