Projeto R.U.A. (Rota Urbana pela Arte) foi lançado no sábado (31).
Visitas monitoradas serão feitas pelo bairro histórico da capital paraense.
Casa do bairro da Cidade Velha recebe grafitagem. (Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)
O projeto R.U.A. (Rota Urbana pela Arte) foi lançado no sábado (31) pelas ruas do bairro da Cidade Velha, em Belém.
A partir deste domingo (1º) até 6 de outubro serão realizadas visitas
monitoradas pela rota do projeto de quinta-feira a domingo, com saída da
Praça do Carmo, em frente ao Fórum Landi.Resultado de entrevistas com vários moradores, o projeto R.U.A., segundo os organizadores, é uma forma plástica de experimentar a cidade como um local de encontros e traduções. Além de modificar o cenário de alguns pontos do bairro, com pinturas em grafite retratando personagens da cultura, da religiosidade e da histórica da Cidade Velha, o projeto resgata histórias passadas de geração a geração pelos moradores.
A intervenção urbana, organizada pelos artistas Drika Chagas, John Fletcher, Sue Costa e Emanoel de Oliveira Júnior, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da comunidade e do projeto Biizu, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), resultou em murais em grafite, elaborados durante o mês de agosto.
O projeto R.U.A. também contou com a participação de escritores paraenses, como Rodrigo Barata, Caco Ishak, Élida Lima e Ronaldo Franco. No lançamento foi apresentado um documentário sobre o desenvolvimento do projeto, incluindo a pintura dos muros, apresentação de DJs e projeção das imagens dos grafites, por meio de vídeo mapping.
A programação de lançamento foi iniciada com grupos de pessoas, acompanhados de monitores, fazendo o percurso dos grafites, em fachadas de residências e muros. O passeio permitiu às pessoas conhecerem um pouco da memória do bairro.
Roberto Moreira é paulista e reside há nove anos em
Belém. Ele aprovou a iniciativa.
(Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)
O professor universitário Roberto Moreira, nascido em São Paulo e
residindo há nove anos em Belém, aprovou a iniciativa. “Moro no Reduto
(bairro da capital) e curto muito a Cidade Velha, a Praça do Carmo e
suas construções, mas eu não conhecia as histórias do bairro. A
representação gráfica disso é muito interessante. Tô achando maravilhosa
a oportunidade de as pessoas terem acesso a esse conhecimento através
do grafite. Isso está muito interessante”, disse Roberto.Belém. Ele aprovou a iniciativa.
(Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)
A pedagoga Rivanize dos Santos, que agora tem um grafite feito na fachada de sua casa, também gostou do projeto. “A iniciativa é muito boa. A história do bairro é esquecida por aqui. Esse tipo de movimento é de suma importância em todas as áreas. E ainda teve toda uma pesquisa. A idealizadora do projeto me fez várias visitas para mostrar como seria feito o trabalho”, ressaltou.
A maioria dos participantes do projeto é oriunda das oficinas do projeto Biizu. Os grafites homenageiam o padre Gabriel Malagrida, um dos fundadores da escola jesuíta em Belém, e o padre Antônio Vieira, que ficou preso na Igreja de São João. Também há referência à história da moça do táxi (sobre uma jovem morta que pega um táxi em frente a uma casa e pede para ir ao cemitério) e de Bettina Ferro, uma médica atuante no bairro, que ajudou muitos moradores.
O projeto será aliado à outras linguagens, como fotografia e vídeo mapping. Bragança, no nordeste do estado, terá programação do projeto R.U.A.
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