domingo, 1 de setembro de 2013

Projeto leva arte urbana aos muros da Cidade Velha, em Belém


Projeto R.U.A. (Rota Urbana pela Arte) foi lançado no sábado (31).
Visitas monitoradas serão feitas pelo bairro histórico da capital paraense.

Do G1 PA

Casa do bairro da Cidade Velha recebe grafitagem. (Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)Casa do bairro da Cidade Velha recebe grafitagem. (Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)
O projeto R.U.A. (Rota Urbana pela Arte) foi lançado no sábado (31) pelas ruas do bairro da Cidade Velha, em Belém. A partir deste domingo (1º) até 6 de outubro serão realizadas visitas monitoradas pela rota do projeto de quinta-feira a domingo, com saída da Praça do Carmo, em frente ao Fórum Landi.
Resultado de entrevistas com vários moradores, o projeto R.U.A., segundo os organizadores, é uma forma plástica de experimentar a cidade como um local de encontros e traduções. Além de modificar o cenário de alguns pontos do bairro, com pinturas em grafite retratando personagens da cultura, da religiosidade e da histórica da Cidade Velha, o projeto resgata histórias passadas de geração a geração pelos moradores.
A intervenção urbana, organizada pelos artistas Drika Chagas, John Fletcher, Sue Costa e Emanoel de Oliveira Júnior, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da comunidade e do projeto Biizu, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), resultou em murais em grafite, elaborados durante o mês de agosto.
O projeto R.U.A. também contou com a participação de escritores paraenses, como Rodrigo Barata, Caco Ishak, Élida Lima e Ronaldo Franco. No lançamento foi apresentado um documentário sobre o desenvolvimento do projeto, incluindo a pintura dos muros, apresentação de DJs e projeção das imagens dos grafites, por meio de vídeo mapping.
A programação de lançamento foi iniciada com grupos de pessoas, acompanhados de monitores, fazendo o percurso dos grafites, em fachadas de residências e muros. O passeio permitiu às pessoas conhecerem um pouco da memória do bairro.
 Roberto Moreira, nascido em São Paulo e residindo há nove anos em Belém, aprovou a iniciativa. (Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará) Roberto Moreira é paulista e reside há nove anos em
Belém. Ele aprovou a iniciativa.
(Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará)
O professor universitário Roberto Moreira, nascido em São Paulo e residindo há nove anos em Belém, aprovou a iniciativa. “Moro no Reduto (bairro da capital) e curto muito a Cidade Velha, a Praça do Carmo e suas construções, mas eu não conhecia as histórias do bairro. A representação gráfica disso é muito interessante. Tô achando maravilhosa a oportunidade de as pessoas terem acesso a esse conhecimento através do grafite. Isso está muito interessante”, disse Roberto.

A pedagoga Rivanize dos Santos, que agora tem um grafite feito na fachada de sua casa, também gostou do projeto. “A iniciativa é muito boa. A história do bairro é esquecida por aqui. Esse tipo de movimento é de suma importância em todas as áreas. E ainda teve toda uma pesquisa. A idealizadora do projeto me fez várias visitas para mostrar como seria feito o trabalho”, ressaltou.
A maioria dos participantes do projeto é oriunda das oficinas do projeto Biizu. Os grafites homenageiam o padre Gabriel Malagrida, um dos fundadores da escola jesuíta em Belém, e o padre Antônio Vieira, que ficou preso na Igreja de São João. Também há referência à história da moça do táxi (sobre uma jovem morta que pega um táxi em frente a uma casa e pede para ir ao cemitério) e de Bettina Ferro, uma médica atuante no bairro, que ajudou muitos moradores.
O projeto será aliado à outras linguagens, como fotografia e vídeo mapping. Bragança, no nordeste do estado, terá programação do projeto R.U.A.

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