Criadores fizeram emprestimos em bancos e agora não tem como pagar.
Adapi estima que na região Centro/Sul do Piauí 15 mil bovinos morreram.
De acordo com o criador Miguel Ricardo do Nascimento, foram cinco meses de espera para receber mil quilos de milho vendido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para reforçar a ração dos animais debilitado pela estiagem. O criador tinha 115 cabeças de gado, mas 40 não resistiram a estiagem prolongada.
“Muitas vezes eu via na televisão o que o povo passa quando são afetados pela seca, agora sou eu e meus filhos que estamos passando pela mesma situação. Fico emocionado, mas sempre conformando eles, pois temos que suportar porque é prometido por Deus. Perdemos muitos animais”, contou.
Para piorar a situação, o criador tomou R$ 47 mil emprestados ao bando e agora não tem como pagar. O dinheiro foi usado para perfurar poços e implantar um sistema de irrigação que não deu certo por conta da aridez no solo. “Esse banco está me aperreando desde o mês de março. Não sei como negociar o débito porque eu não tenho condições e se quiser me tomar as terras pode, pois não tenho nada a fazer”, relatou.
Os criadores de chegam a caminhar por vários quilômetros atrás de água para matar a sede dos animais. Segundo Vildomar Sousa, criador, diferente do gado, alimentar os caprinos é mais fácil. “Esses animais come de tudo, da casca do pau até a folha seca elas comem, principalmente nesse período que algumas sementes estão começando a cair”, disse.
A Agência de Defesa Agropecuária estima que na região Centro/Sul do Piauí 15 mil bovinos já tenham morrido por causa da seca. A situação é mais grava na cidade de Lagoa do Sítio, há 234 quilômetros de Teresina. Na tentativa de salvar o rebanho, muitos criadores fizeram roças de capim, mas com a falta de chuva ele secou muito cedo e, dessa forma não servem como alimentos para os animais.
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