sexta-feira, 27 de setembro de 2013

'Estou envergonhado', diz homem que quebrou consultório de posto em MS


Crime foi em Centro Regional de Saúde (CRS) de Campo Grande.
Gerente disse que paciente foi atendido em 15 minutos.

Tatiane Queiroz Do G1 MS

"Estou envergonhado", diz paciente que preferiu não ter a identidade divulgada (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)"Estou envergonhado", diz paciente que preferiu não ter a identidade divulgada (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
“Estou envergonhado”, disse o homem 37 anos que foi preso na noite de quarta-feira (25) após depredar um dos consultórios do Centro Regional de Saúde (CRS) do bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Em entrevista ao G1, o paciente, que preferiu não ter a identidade divulgada, desmentiu a versão dada pela gerente do centro de saúde. "Nenhum paciente é atendido em 15 minutos nos postos de saúde", afirmou ele.
A gerente do centro de saúde, Marinalva Machado, disse que o paciente chegou ao local por volta das 20h e foi atendido por uma médica por volta das 20h15. Já o homem relatou que chegou ao posto por volta das 19h e foi atendido por volta das 21h. “Eu esperei 2 horas para ser atendido, não 15 minutos como ela falou”.

O paciente contou que estava com a esposa, de 34 anos, que também preferiu não ter a identidade divulgada. Ele foi até a unidade de saúde porque sentiu dores abdominais.“Ele estava com muita dor”, contou ela.

O homem afirmou ainda que, durante a consulta, a médica foi ríspida. “Eu disse que estava com uma dor no pé da barriga. Ela respondeu: barriga não tem pé”, contou.
Paciente invade unidade de saúde e quabra consultório em MS (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS) Homem foi preso após dpredar o consultório (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Segundo relato do casal, a médica receitou um remédio de 250 miligramas, no entanto, na farmácia localizada no bairro encontrou com 500 miligramas. O atendente disse que não poderia vender o medicamento e pediu para que eles trocassem a receita.

Eles voltaram ao centro de saúde e foram direto ao consultório da médica, mas ela não estava. O casal foi até o setor de emergência e encontrou a profissional no corredor. “Ela disse: não troco receita”, contou o paciente. Ainda segundo relato, a médica pegou o papel, riscou a anotação da dosagem e devolveu para eles.

O paciente disse que voltou à farmácia e o atendente explicou que não poderia aceitar a receita porque estava “rasurada”. Pela terceira vez, o casal voltou ao centro de saúde e foi até o consultório da médica.

Segundo a gerente, o paciente retornou ao centro de saúde por volta das 22h. “Ele foi direto para o consultório e abriu a porta. A médica estava com outro paciente e pediu para ele aguardar, mas ele entrou na sala e quebrou tudo”, relatou ela.

Já na versão do casal, a médica estava sozinha no consultório. Ela teria dito que o rapaz teria que esperar na recepção e teria tirado a receita da mão dele. “Depois disso, não lembro mais nada”, relatou o homem. A esposa, que presenciou o ato de vandalismo do marido, disse que ele teve um “surto de raiva” e quebrou o consultório. “Eu pedi pra ele parar, mas ele já estava fora de si”, disse.

Surto
O paciente disse que, há nove meses, toma remédios para curar uma depressão. Ele afirmou ainda que já teve outros “surtos de raiva”, antes de iniciar o tratamento contra a doença. “Fui mal atendido no centro de saúde, mas é claro que isso não justifica o que eu fiz. Não tem como voltar, como desfazer o que já foi feito”, lamentou o homem.
Crime
Após depredar o consultório, o paciente foi contido por guardas municipais e preso por policiais militares. Ele foi levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), ouvido pela polícia e liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 678, que equivale a um salário mínimo. O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil.

Segundo o secretário de saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca, o suspeito quebrou cadeiras, mesas, um negatoscópio (aparelho para visualização de chapas radiográficas), um estetoscópio (instrumento para auscultar sons dos pulmões), um suporte de papel toalha. As portas do consultório e do centro de saúde também foram danificadas. “Ainda estamos avaliando o prejuízo”.

O homem deve responder pelo crime de dano, qualificado por ter sido cometido contra o patrimônio da União, Estado ou Município. 

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