segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Criadores baianos têm prejuízos com doenças em rebanhos

Juliana Brito A TARDE

  • Edamar Melo | Ag. A TARDE
    Ovinos da raça dorper são vulneráveis à doença conhecida como scrapie
A detecção de enfermidades em rebanhos baianos, nas últimas semanas, salienta falhas, entre os criadores locais, nos cuidados com os animais. As doenças - brucelose, em bovinos; scrapie, em ovino dorper; e mormo em um cavalo  - não  comprometem a pecuária local, mas causam prejuízos aos criadores.
De acordo com o diretor de Defesa Sanitária Animal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab), Rui Leal, o trabalho de verificação da sanidade dos rebanhos e do  trânsito animal tem sido realizado regularmente. Ele afirma que nos últimos três anos a fiscalização do órgão tem sido mais ativa, com a implantação do postos móveis, reduzindo problemas como a falsificação de documentação.
"A sanidade da propriedade é de responsabilidade do criador, que deve verificar a guia de trânsito animal e o cartão de vacinação", ressalta.

Saiba mais

Tanto o presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (Accoba), Almir Lins, quanto o da Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste), César Busato, acreditam que os casos não surgiram por falhas na defesa animal do estado.
Mas, ao contrário do diretor da Adab, Lins acredita que o caso de scrapie foi uma fatalidade, já que a doença tem um período de incubação. Ele acredita que falhas na assistência técnica rural têm um impacto maior nessas ocorrências.
"A maioria do rebanho ovinos está no sertão. Os criadores dessa área às vezes não usam direito os remédios e não vacinam os animais com regularidade. Nosso rebanho não cresce em parte por causa disso", diz Almir.
Na avaliação de Busato, a enfermidade que realmente preocuparia os criadores de bovinos, do ponto de vista comercial, é a febre aftosa. Mas o controle rigoroso  garante a segurança do rebanho.
Prevalência
Os casos de scrapie e mormo detectados são o segundo de cada enfermidade no estado. A prevalência  de brucelose (2,6%) e de tuberculose (0,6%) é muito pequena.
A transmissão também não é fácil, tanto de animal para animal quanto do animal para o ser humano, no caso das zoonoses.
O problema causado por essas enfermidades é a perda do animal e a redução de produtividade. Um exemplo do potencial de prejuízo está no rebanho equino. O setor tem grande fonte de lucro nos eventos agropecuários.
"O rebanho movimenta R$ 7 bilhões por ano, 10% disso só na Bahia. Um animal  de raça vale em média de R$ 10 mil a R$ 18 mil", diz o coordenador do programa de sanidade equina da Adab, Davi Freitas.

Conheça os sintomas:

Brucelose - As fêmeas têm aborto ao final da gestação; dificuldades de concepção; e retenção da placenta
Tuberculose - O bovino perde peso; come menos; tem dificuldade respiratória; e fica apático
Scrapie - Os ovinos começam a ter  inibição do apetite; falta de coordenação motora; coceira forte; e olhar disperso
Mormo - Os equinos apresentam problemas respiratórios; feridas cutâneas; e perda de peso
Zoonose - Brucelose, tuberculose e mormo são transmissíveis ao homem. No caso das zoonoses bovinas, uma precaução para humanos é não ingerir o leite in natura
Procedimentos - O criador deve fazer exames periódicos nos animais e manter a vacinação em dia. É importante exigir esses certificados ao comprar um animal. Em caso de suspeita de enfermidade, a Adab deve ser avisada.

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