segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Com coração partido, fãs de Kombi fazem despedida do modelo, no PR


Encontro ocorre durante este domingo, no bairro Cabral, em Curitiba.
Produção da Kombi se encerrará no fim de 2013, segundo a Volkswagen.

Samuel Nunes Do G1 PR

Mosaico foi formado por aproximadamente 39 Kombis (Foto: Samuel Nunes/G1)Mosaico foi formado por aproximadamente 39 Kombis (Foto: Samuel Nunes/G1)
Dezenas de fãs de Kombis se reuniram na manhã deste domingo (1º), em Curitiba para um encontro com ares de despedida. Com o fim da fabricação do modelo no Brasil, previsto para o fim de 2013, eles cumpriram a promessa feita em 2012 e montaram um mosaico de carros, no formato de um coração partido e com uma pergunta no ar: “Fim?”.

O encontro é realizado há quatro anos pelo Clube da Kombi de Curitiba. Os fãs do modelo celebram e exibem os mais variados tipos de modelos. De acordo com o organizador do evento, Marco Rebulli, este é o maior encontro de kombeiros, - como eles se definem – das Américas e o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas de outro que ocorre anualmente na Alemanha.
Para Rebulli, o fim da Kombi representa o fim de uma era no país. “Era um veículo que sempre acompanhou o Brasil”, lembra. Ele diz que o lado bom do encerramento da produção é que nos próximos anos quem já tem o veículo tende a ver o preço se valorizar.
Neste ano, as vagas para participar do evento, que ocorre no pátio de uma concessionária da Volkswagen, se encerraram em apenas 48 horas. Alguns vieram de longe, como o mecânico Fernando Dalzotto, de Tapejara, no Rio Grande do Sul.
Fernando e Edson viajaram bastante só para participar do encontro (Foto: Samuel Nunes/G1)Fernando e Edson viajaram bastante só para participar do encontro (Foto: Samuel Nunes/G1)
O jovem de 20 anos participa do encontro pela segunda vez. De Curitiba, ele ainda pretende seguir até o Rio de Janeiro, junto com a namorada. Entre ida e volta, ele estima percorrer 3 mil quilômetros com a Kombi. “Foi amor à primeira vista”, conta ao se referir não à namorada, mas ao carro, modelo 1973, que pertenceu a um tio e que ele viu pela primeira vez aos 13 anos de idade.
Outro que também percorreu uma distância considerável para participar do encontro foi o administrador Edson Roberto Colombo, que saiu de Santo André, na Grande São Paulo. Ele é um dos que não concorda com o fim da produção do modelo. “Acho que não deveria ter acabado”, afirma.
Gerson Simioni, dono de uma distribuidora de frios, diz que a procura pelo veículo é intensa. Ele próprio ainda usa na empresa dele. “A Kombi está na ideia de quem vai montar um negócio. O cara diz que se nada der certo, vai comprar uma Kombi e sair vendendo coisas”, lembra.
Segundo a organização, o evento em Curitiba é o maior encontro de Kombis das Américas (Foto: Samuel Nunes/G1)Segundo a organização, o evento em Curitiba é o maior encontro de Kombis das Américas
(Foto: Samuel Nunes/G1)
Série especialmente cara
Uma reclamação constante entre os kombeiros é sobre o preço da edição especial do modelo, lançado pela Volkswagen para marcar o fim da produção. A série especial, limitada a 600 unidades, custa nas concessionárias R$ 85 mil. Embora traga alguns itens especiais, o valor é cerca de R$ 35 mil mais caro que uma Kombi tradicional.
Rebulli, por exemplo, diz que vai esperar mais uns 10 anos para tentar adquirir uma. “Não tenho R$ 85 mil. (...) Até lá, o preço dela vai custar o de uma Kombi normal”, acredita. O mesmo discurso é compartilhado pelo jovem Dalzotto. “Ainda falta o dinheiro”, brinca.
Evento segue no domingo
Os kombeiros devem permanecer no pátio da concessionária durante todo o domingo. O encontro está previsto para terminar às 17h. Além dos veículos em exibição, há comércio de peças para carros antigos. O evento ocorre na Rua dos Funcionários, 1000, no bairro Cabral e a entrada é gratuita

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