domingo, 29 de setembro de 2013

Burocracia impede tratamento de pacientes do SUS em Alagoas


Equipamentos de ressonância não funcionam porque não há profissional.
Expectativa é que em 60 dias, novos profissionais supram a carência.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

A pensionista Maria Cícera dos Santos descobriu que está com câncer no útero em novembro do ano passado. Ela precisa fazer uma cirurgia com urgência para retirar o útero e, assim, evitar que a doença se espalhe pelo corpo. Depois de passar por vários hospitais, ela foi ao Hospital Universitário (HU), em Maceió. Esperou um mês por uma consulta e ainda não sabe quando será operada.
“Tem dias que me sinto bem, mas na maioria das vezes estou mal. Meus pés ficam inchados Fico preocupada, esperando que o pior aconteça”, afirma.
A carência de médicos é mais uma dificuldade no atendimento aos pacientes do HU. De acordo com a direção, faltam cerca de 70 profissionais, além de muitos equipamentos que estão parados por falta de pessoal. O aparelho de raio-x com tecnologia avançada nunca foi utilizado, porque não há profissional para manuseá-lo.
No mês passado, a direção do hospital, representantes da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria de Saúde de Maceió assinaram um convênio para a contratação emergencial de 134 profissionais. Mas, a previsão é de que eles só comecem a atuar em dezembro deste ano. Segundo a direção, o motivo da demora é a burocracia.
“Estamos dependendo da Copeve para a publicação do edital. A expectativa é que no prazo de 50 a 60 dias, os novos profissionais estejam suprindo a carência. Esses profissionais vão atuar nas áreas mais carentes do hospital, como as áreas de oncologia e na maternidade. Temos um aparelho de ressonância que está parado porque não há nenhum profissional para operar”, disse o diretor administrativo do HU, Duilio Marsiglia
A presidente da Copeve, Aline Góes, que organiza o processo de seleção dos candidatos, explicou que o edital está em fase de conclusão. “Estamos revisando o edital e até quarta-feira (2) estaremos publicando para que seja aberto o concurso”, diz.
Ainda de acordo com a presidente, alguns profissionais que serão contratados foram aprovados no último concurso da Ufal. Mas a maioria, cerca de 115, vai ser selecionada neste processo. “Na primeira parte fizemos uma avaliação curricular. Já para os cargos de cirurgiões, exigimos a prática”, afirma.
Para a direção do hospital, essas contratações são apenas um paliativo. "Esperamos que o governo federal proporcione concurso para suprir a carência. Espero que ele consiga resolver a situação dos concursos públicos", afirmou Marsiglia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário