quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Recifense garante melhor colocação do Brasil em Olimpíada de Matemática


Além de Victor Reis, dois estudantes de São Paulo conquistaram a prata.
Olimpíada Mundial é considerada a principal para a disciplina.

Vitor Tavares Do G1 PE

Victor Reis já acumula conquistas em competições de matemática (Foto: Vitor Tavares / G1)Victor Reis já acumula conquistas em competições de matemática (Foto: Vitor Tavares / G1)
Uma das diversões diárias do pernambucano Victor Reis é resolver questões de matemática. Desde criança que o estudante demonstra interesse pelos números e pela solução dos problemas mais complexos. Com 16 anos, Victor já conta com uma coleção de medalhas adquiridas em competições nacionais e internacionais da disciplina. A última foi uma de prata, conquistada no último domingo (28), na Colômbia; resultado que conferiu ao adolescente a melhor colocação brasileira na Olimpíada Mundial de Matemática (IOM – sigla em inglês), junto a outros dois estudantes paulistas.

A disputa, sediada este ano na cidade colombiana de Santa Marta, é considerada a mais importante do mundo. Realizada desde 1959, participam da competição cerca de 100 países de todo o mundo, representados por equipes de até seis estudantes do ensino médio ou que não tenham ingressado na universidade. Já aprovado no curso de engenharia da computação - em primeira lugar - na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Victor optou pela segunda entrada no vestibular para conseguir participar da IOM.

Desde 2011, apoiado pelos pais e pelo colégio onde estudava, o Marista São Luís, no Recife, o jovem decidiu se dedicar ao estudo aprofundado da matemática. No terceiro ano do ensino médio, já acumulava premiações em competições nacionais e internacionais. “Eu sempre gostei da matéria e comecei a gostar das competições, porque você conhece lugares novos, cidades, pessoas de todos os cantos do mundo”, comentou Victor.
Victor Reis chegar a usar mais de 10 páginas para resolver questões. (Foto: Vitor Tavares / G1)Victor Reis chegar a usar mais de 10 páginas para resolver
questões. (Foto: Vitor Tavares / G1)
Para alcançar o resultado vitorioso na IOM, Victor traçou um longo caminho, passando pela Olimpíada Brasileira, Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Romanian Master of Mathematics (competição realizada em Bucareste, na Romênia). Nas disputas, conseguiu duas medalhas de prata e uma de bronze respectivamente.

Orgulhoso, o pai de Victor, Marfran Reis, conta que o filho teve que passar um mês distante de casa, entre viagens para Brasília e São Paulo, para poder se preparar para a Olimpíada Mundial. “Aqui no Recife, não teria como ele se preparar, não tem estrutura para o estudo desse nível. Então, para suprir essa carência, ele teve sempre que procurar fora, fazendo até curso pela internet em inglês”, destacou.

Provas
Durante a competição, os jovens enfrentaram duas provas realizadas nos dias 23 e 24 de julho. Em cada dia, os concorrentes tiveram quatro horas e meia para resolver três problemas de matemática, inéditos, propostos pelos países participantes e selecionados por um júri internacional, composto por 95 professores líderes. Os problemas da prova incluíram as disciplinas de álgebra, teoria dos números, combinatória e geometria.
Guardando ainda os papéis que utilizou para resolver as questões, Victor conta que, se dependesse dele, poderia passar mais de sete horas para tentar buscar a resposta exata. Só para resolver uma das questões da Olimpíada, o estudante utilizou dez páginas de rascunho e outras quatro para a solução do problema.  “É uma diversão, eu gosto. Mas não escolhi faculdade de matemática porque é diferente o estilo de olimpíada para a faculdade. Gosto de coisas que tenham aplicação prática”, explicou em relação à escolha pelo curso de engenharia da computação.

O Brasil conquistou, ao todo, quatro medalhas – três pratas e um bronze – na IMO da Colômbia e ficou em 28º lugar na classificação geral. O País participa da competição desde 1979 e acumula desde então um total de 105 medalhas, sendo 9 de ouro, 30 de prata e 66 de bronze, o que o torna o país latino-americano com maior número de medalhas na competição. Victor Reis agora se prepara para a Olimpíada Ibero-Americana, em setembro, no Panamá, e também para dar aulas a jovens pernambucanos que queiram seguir seus passos.

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