Ilha tem opções de praias para quem gosta de tranquilidade e agito.
Proximidade de Belém faz com que local tenha visitas durante todo ano.
A Praia Grande é o destino mais procurado pelos banhistas em Outeiro. (Foto: Paula Sampaio/ O Liberal)
A apenas 45 minutos de Belém,
a Ilha de Caratateua, mais conhecida como Outeiro, é um dos destinos
mais populares entre os veranistas que moram na capital. Com praias de
água doce e preços de transporte acessíveis, o balneário é bastante
procurado não apenas durante os finais de semana das férias, mas ao
longo do ano. “Viemos quase todo mês”, garante Manuel Pereira, que
costuma visitar a ilha acompanhado de toda a família.
Para baratear a diversão, família de Manuel traz
comida de casa. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Localizada a 25 km do centro de Belém, Outeiro é banhada pelas águas
turvas da baía do Guajará. O balneário tem como principal atrativo
turístico suas praias, entre elas a Praia do Amor, Praia da Brasília e a
Praia Grande, a mais procurada entre os visitantes.comida de casa. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
“Acho tranquilo vir para cá, principalmente na sexta ou no sábado”, conta Rosilene Oliveira, 42 anos, esposa de Manuel. Mãe de cinco filhos, com idades entre 6 e 18 anos, ela conta que vir com toda a família para a praia pode ser um programa bem barato.
“Viemos de van, que custa R$2, 20 a inteira e as crianças pagam meia”, conta. Depois de pegar o transporte alternativo no bairro do Tapanã, onde mora, a família chega à Praia Grande com tudo em mãos. “Trazemos tudo de casa, tudo mesmo: frango, com arroz e macarrão, banana, maçã, água gelada, suco, refrigerante. Muito melhor trazer de casa que sai mais barato e não corre o risco de ninguém comer coisa estragada na praia”, conta Rosilene, que sempre vem acompanhada das duas irmãs e dos nove sobrinhos.
Pais devem ter atenção com as crianças na praia.
(Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Segurança(Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Para cuidar da segurança das crianças, além de muita atenção, a pulseirinha de identificação distribuída pelo Corpo de Bombeiros auxilia em caso de algumas delas se perderem. Em Outeiro, dez mil pulseiras foram distribuídas entre as crianças neste verão. Ainda assim, o índice de meninos e meninas perdidos é grande. “Num domingo, que é o dia de maior movimento, registramos 73 crianças perdidas em um único dia. Mas num trabalho de busca, acionando o Conselho Tutelar, nós conseguimos localizar os pais”, relata o major BM Helton, que afirma que crianças com faixa etária de 2 a 5 anos têm maior risco de se perder.
Mais de 40 agentes, entre bombeiros, Defesa Civil Municipal e Cruz Vermelha, atuam nas praias de Outeiro para garantir a segurança dos banhistas e atuar em casos de crianças desaparecidas. “Esse é o nossos mais índice de ocorrências. Outeiro é uma praia muito acessível, e muitas pessoas vêm para cá. Muitas vezes os pais vêm trazendo os seus filhos, mas no intuito de se divertir. Ai vai dançar, vai para o bar, vai beber, e esquecem das crianças. As crianças ficam na areia, e os pais acham que elas estão seguras, e isso implica no desaparecimento das crianças”, alerta o major.
Com o aluguel de boias, Tony garantiu a casa própria. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
ComércioO movimento intenso de veranistas mantem o comércio aquecido e a Praia Grande se torna atraente para vendedores dos serviços mais diversos. Tony Nazareno, de 40 anos, há 12 trabalha alugando boias nas praias de Outeiro. Ele conta que, com o dinheiro do aluguel, ele comprou a casa própria e pagou os estudos dos filhos.
“Trabalho o ano todo na praia, durante o final de semana. Nos outros dias, trabalho como mototaxista. E o verão sempre é bom, aumenta muito o movimento”, conta. Tony chega à Praia do Amor cedo, às 7h, e costuma trabalhar até às 17h. O filho mais novo, Helton, de 10 anos, ajuda o pai da tarefa de alugar as trinta boias. “Ele dá uma força aqui, o que ele ganha é dele, para comprar as coisinhas dele”, relata Tony.
Para quem gosta de saborear frutas na praia, o serviço prestado por Reginaldo Fonseca é de adoçar a boca. “Vendo abacaxi geladinho para o banhista. E ele nem precisa sair da água”, diz o vendedor, de 47 anos. Usando uma canoa, Reginaldo leva o isopor cheio de abacaxis gelados e descasca na hora para o cliente, que pode comer dentro da água doce do balneário. Morador de Icoaraci, ele conta que trabalha vendendo abacaxis há 15 anos.
“Sempre venho, todos os dias de férias, e todos os domingos do ano, para Outeiro. A ideia surgiu porque as pessoas gostam de comer frutas, e nada melhor do que um abacaxi gelado na praia”.
Camarão seco é muito procurado pelos banhistas. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Os frutos do mar estão entre as delícias de Outeiro. Vindo geralmente
do distrito de Icoaraci, o camarão seco é um dos pratos que mais fazem
sucesso entre os banhistas. “É gostoso, fácil de comer e combina muito
com praia”, diz João Batista, de 55 anos. Vendedor de
guia rápido de serviços outeiro (Foto: Nathiel Sarges/ G1)
camarão há 20 anos, João Batista diz que em julho as vendas aumentam, e
ele aproveita para fazer jus ao nome, inspirado no personagem bíblico.
“Sou pastor. Caminho todas as praias de Outeiro. Vendo camarão,
aproveito, e prego a palavra de Deus”.Outeiro
Com 119 anos de história, a ilha era chamada pelos índios de Caratateua, que no dialeto tupi-guarani, quer dizer “lugar das grandes batatas”, já que a batata-doce era abundante no local. Mais tarde, os portugueses a batizaram de Outeiro, nome que remete aos pequenos morros. De acordo com Antonino Alves da Nóbrega, autor do livro “História do Outeiro”, essa denominação foi dada pelo rei de Portugal, D João VI, pela ilha ser de terra alta, muito bonita e com muitas praias.
Outeiro é composta por 26 ilhas situadas no centro leste. Entre as mais populares, Cotijuba e Combú. A ilha possui uma população de aproximamente 80 mil habitantes.
Localizada a 25 km da capital, Outeiro fica a 45 minutos de Belém. A viagem pode ser feita de carro particular ou de ônibus, que parte da Praça do Operário, localizada em frente ao Terminal Rodoviário de Belém. Durante o verão, mais de 70 veículos fazem o transporte até o distrito diariamente. O primeiro parte às 6h e o último veículo retorna de Outeiro para Belém às 23h de domingo. A passagem custa R$ 2,20, com meia-passagem a R$ 1,10 e gratuidades previstas em lei.
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