domingo, 4 de agosto de 2013

80% dos trabalhadores querem mudar de emprego

Joana Oliveira  A TARDE

  • Arquivo pessoal
    "Após dois anos na empresa, o colaborador já está olhando outras oportunidades", diz Stefania Matos
Fatores como carga horária extensa, conflitos com colegas e lideranças e expectativas profissionais frustradas são alguns dos motivos que sempre levaram pessoas a largar empregos ou mesmo migrar para outras áreas do mercado. Hoje, no entanto, o percentual de rotatividade de colaboradores em empresas por motivos similares a esses é bem maior.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Boucinhas&Campos, 80% dos trabalhadores brasileiros querem mudar de emprego até o ano que vem, e suas principais insatisfações dizem respeito à ausência de planos de carreira (48%) e o desejo de melhores salários (36%).
De acordo com um outro estudo, realizado pela consultoria em gestão de negócios Hay Group em parceria com o Centre for Economics and Business Research (CEBR), o cenário brasileiro acompanha uma tendência global. O levantamento apontou que 161,7 milhões de trabalhadores devem trocar de empresa, em todo o mundo, em 2014, o que equivale a um crescimento de 12,9% em relação ao ano passado.
Novas oportunidades - "Em média, depois de dois anos na empresa, o colaborador já está olhando para outras oportunidades. E os que planejam mudar de emprego esperam fazer isso em um prazo de seis meses a um ano", diz a gerente de projetos da Boucinhas&Campos, Stefania Matos.
A diretora da consultoria em gestão de pessoas DMRH, Fabiana Nakazone, alerta, no entanto, que a transição pode não acontecer tão facilmente. "Vivemos um cenário de recessão no mercado de trabalho, então, apesar da vontade de mudança comum a muitos profissionais, são poucos os que conseguem realizá-la", pontua.
Para aqueles  que realmente desejam tentar uma nova vaga, a principal dica dos especialistas  é realizar um planejamento de carreira. "A primeira coisa a fazer é avaliar os riscos e ponderar sobre a mudança. Há quem troque de emprego por  R$ 5 a mais no contracheque, por exemplo, e isso não vale a pena", aconselha o consultor organizacional Fernando Elias José.
Segundo o coach de carreira Francisco Jóffily, conhecer as outras empresas, estudando as possibilidades e vantagens que elas podem oferecer, é uma das formas de fazer essa avaliação. "Também é importante não fechar portas no local de onde está saindo. O profissional deve cumprir com todas as obrigações antes de sair e comunicar os motivos da decisão", explica.
Outro conselho de Jóffily é economizar e reservar dinheiro como subsídio para o período de transição. Foi o que  a advogada Isadora Garrido fez há cerca de seis meses, antes de trocar o cargo de diretora em uma organização privada, onde atuava como consultora jurídica empresarial, para iniciar a carreira de consultora autônoma.
Planejamento - "Não acordei um dia e resolvi mudar tudo. Foram alguns meses de planejamento antes da decisão. As principais diferenças que percebo hoje na minha carreira são maior autonomia de horário, diferentes possibilidades de ganho, já que agora o lucro é proporcional aos resultados alcançados, sem contar a maior satisfação profissional e pessoal", conta Isadora.

Veja o que fazer para trocar de emprego

Pondere -  Antes de mudar, é preciso  conhecer a situação do mercado e estudar as oportunidades oferecidas por outras empresas
Planeje  - O profissional deve traçar planos pessoais e de carreira, determinando objetivos de onde quer chegar
Economize - A mudança também exige planejamento financeiro. Economizar dinheiro ou investir em algo pode ajudar no momento de transição
Capacite-se -  Cursos de qualificação são diferenciais no currículo e ajudam a conquistar novas vagas

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