segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pacientes denunciam problemas em posto de saúde de Belém


Unidade da Sacramenta não possui receituários e nem remédios.
Estrutura física do local também é precária.

G1 PA
A falta de remédios, receituários e até mesmo de água potável estão entre as reclamações feitas por usuários do posto de saúde localizado no bairro da Sacramenta, em Belém. No último fim de semana, a TV Liberal registrou a falta de estrutura constatada na unidade. Nesta segunda-feira (29), a equipe de reportagem do Jornal Liberal 1ª Edição voltou ao local para apurar as novas denúncias da população.
O aposentado José Lima tinha em mãos vários receituários em branco. Ele conta que precisou tirar cópias do papel carimbado para que a médica pudesse prescrever os remédios para a esposa dele. “Ela [médica] disse que eu tinha que tirar xérox porque eles não têm receituário para a medicação, e a doutora só passa os remédios nesse receituário timbrado. É uma calamidade, porque você paga seu imposto e cadê o nosso retorno?”, reclama.
A dona de casa Dalva Araújo conta que conseguiu os receituários sem dificuldades, porém, a farmácia do posto de saúde tinha apenas um dos quatro medicamentos que ela precisa. São remédios para controle de pressão e diabetes que deveriam ser distribuídos gratuitamente. “Eu consegui o vidro de insulina, mas não tem seringa”, relata dona Dalva.
Além da falta de material e de remédios, quem precisa ser atendido na unidade de saúde da Sacramenta também enfrenta problemas com a estrutura do local. Um vídeo feito pela câmera do celular de um paciente mostra as condições precárias de um bebedouro improvisado. “Tem que colocar a garrafa no chão pra encher com pingos d’água e depois distribuir para todo mundo aqui poder tomar. Se não for assim, não tem água para ninguém”, comenta a estudante Bianca Freitas.
No mês de junho, a Secretaria Municipal de Saúde assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF) para reformar as unidades de saúde de Belém, incluindo o posto da Sacramenta.
Em frente ao local, uma placa indica a contratação das obras, mas até o momento, nenhuma melhoria foi feita. No prédio, as paredes estão cheias de infiltrações e mofos, as fiações elétricas ficam expostas, além do forro do teto e bancos estarem quebrados.
Alguns aparelhos de oxigênio e ventiladores não funcionam e no único banheiro da unidade, o vaso sanitário não possui tampa e nem descarga. “A gente se sente abandonado, porque não temos plano de saúde e dependemos daqui”, lamenta o advogado Paulo de Oliveira.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que está prevista a reforma de saúde na unidade, mas que os trabalhos estão parados por atraso na execução dos trabalhos na administração anterior, e que isso impede a prefeitura de fazer novos pedidos de recursos ao governo federal. A Sesma disse ainda que as obras devem ser retomadas depois de vistorias no local, para se verificar se há irregularidades, e assim, fazer alterações nos contratos. Sobre a falta de remédios, a secretaria não se pronunciou.

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