Parlamentares poderão ter salários cortados se faltarem, em Goiânia.
Pela proposta, presença deverá ser registrada por meio das digitais.
No caso dos vereadores de Goiânia, é exigida a presença na Câmara pelo menos três vezes por semana - às terças, quartas e quintas-feiras -, durante as sessões de três horas, entre as 9h e 12h. Pelo regimento da Casa, descontando os recessos, seriam no mínimo, 180 sessões por ano. Mas em 2012, 42 não foram realizadas porque não havia a quantidade mínima de vereadores presentes. Em 16 delas os parlamentares sequer apareceram no plenário.
Caso seja aprovado, o novo projeto deixará o sistema mais rígido. Com a digital, cada parlamentar deverá registrar a presença três vezes durante a sessão: no início, no meio e no fim. O que garantirá a que os vereadores trabalhem, pelo menos, nove horas por semana de frequência.
O presidente da Câmara, Clécio Alves, não quis comentar as faltas de 2012 porque foi eleito para presidir a Casa este ano. Em 2013, ele garante que nenhuma sessão deixou de ser aberta por falta de vereadores.
Comparação
A intenção é repetir na capital o modelo adotado em São Paulo e Curitiba. Lá, os vereadores têm o salário descontado quando faltam às sessões. Se aprovada, a proposta aproximará a realidade dos parlamentares municipais a dos trabalhadores.
Quem é trabalhador sabe bem como funcionam as regas. Comparecer pontualmente ao serviço é obrigação. Em geral, o funcionário tem direito a um ou no máximo dois dias de folga na semana. Faltas só são aceitas com a apresentação de atestado médico, ou de acompanhamento de idosos ou menores em consultas. Também é aceita a ausência para fazer provas de vestibulares e concursos públicos, desde que seja entregue o comprovante.
Em caso de falta sem justificativa documentada, o funcionário sofre penalidades. A cada falta, deixa de receber por dois dias: tanto pelo dia não trabalhado quanto pelo dia de folga semanal.
O presidente da Comissão de Direito Constitucional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás, Otávio Forte, garante que o projeto tem validade e pode ajudar a dar transparência ao trabalho do vereador. "É uma obrigação do parlamentar se fazer presente nas sessões legislativas. Esse controle também é uma obrigação da Casa. Se for necessário estabelecer isso através de ponto biométrico, desde que a Casa aprove esse projeto, não há nenhuma ofensa à Constituição", diz o advogado.
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