sábado, 29 de junho de 2013

Médicos do DF protestam contra abertura de mercado a estrangeiros


Cerca de 200 profissionais iniciaram passeata até a Esplanada.
Eles fecharam a W3 Sul e pediram também melhorias na saúde.

Do G1 DF

Médicos marcham pela W3 Sul, em Brasília, a caminho da Esplanada dos Ministérios. Manifestantes não querem a vinda de profissionais sem prova de revalidação (Foto: Lucas Nanini/G1)Médicos marcham pela W3 Sul, em Brasília, a caminho da Esplanada dos Ministérios. Manifestantes não querem a vinda de profissionais sem prova de revalidação (Foto: Lucas Nanini/G1)
Cerca de 200 médicos, segundo a Polícia Militar, protestam contra a contratação de profissionais do exterior sem prova de revalidação, na tarde desta sexta-feira (28), em Brasília. O grupo se concentrou em frente ao prédio do Conselho Regional de Medicina, na W3 Sul, e iniciou uma caminhada até o prédio do Ministério da Saúde, por volta das 15h30.
Os manifestantes afirmam que não faltam profissionais no país. “O que falta é infraestrutura. E não é aparelho para exames complexos. É algodão, gaze, seringa, esparadrapo”, afirmou a médica Julianne Maia.

Segundo ela, o movimento não é contra a contratação de médicos do exterior. “Só queremos que se cumpra a revalidação, que já existe, pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da educação. Queremos que eles façam essa prova para atuar no país”, disse Julianne.

"Nós não estamos precisando de médicos de fora. Precisamos de infraestritura, de equipamentos e de respeito. Mas se vierem os médicos, que eles façam a capacitação necessária. Lá fora, a carga horária [do curso de medicina] é de 5 mil horas, aqui no Brasil é de 7 mil [horas de carga horária]", afirmou o presidente do CRM-DF, Iran Augusto.

A maior parte dos manifestantes é composta por recém-formados. “Há muitos médicos jovens porque somos nós que estamos indo para o interior e vendo essa realidade, onde falta infraestrutura e os médicos não recebem os salários”, afirmou a médica.
Médicos tocam instrumentos de  percussão durante passeata até o Ministério da Saúde (Foto: Lucas Nanini/G1)Médicos tocam instrumentos de percussão durante
passeata até o Ministério da Saúde
(Foto: Lucas Nanini/G1)
Segundo o emergencista do Samu Thiago Viegas, os manifestantes vão se reunir em frente ao prédio do Ministério da Saúde e pedir a saída do ministro Alexandre Padilha. “Também queremos a carreira de estado, como ocorre no Judiciário, com os delegados”, afirmou.

Manifestação
Os participantes do protesto começaram a se reunir no início da tarde desta sexta em frente ao prédio do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF). O ato foi organizado pela entidade e pela Associação Brasiliense de Médicos Residentes (Abramer).

Segundo o médico Thiago Viegas, 1,5 mil médicos confirmaram a participação no protesto.
Durante a caminhada em direção à Esplanada dos Ministérios, os manifestantes pediram por melhorias na infraestrutura da saúde na capital federal.

Um grupo de estudantes de medicina percussionistas acompanhou o protestos. Entre os gritos entoados, estavam “Não é mole, não. Não tem dinheiro pra saúde e educação” e “Hey, Dilma. Vai tratar no SUS”.
Médicos se deitam no chão em frente ao Palácio do Planalto, durante manifestação (Foto: Lucas Nanini/G1)Médicos se deitam no chão em frente ao Palácio do Planalto, durante manifestação (Foto: Lucas Nanini/G1)
Os manifestantes permaneceram durante meia-hora em frente ao prédio do Ministério da Saúde. Eles chamaram o ministro Alexandre Padilha para conversar, mas não foram atendidos por ninguém da pasta.
Médicos dão as mãos em frente ao Palácio do Planalto, durante manifestação (Foto: Lucas Nanini/G1)Médicos dão as mãos em frente ao Palácio do Planalto,
durante manifestação (Foto: Lucas Nanini/G1)
Pouco depois das 18h, o grupo seguiu para frente do Palácio do Planalto. O presidente do CRM-DF, Iran Augusto, conversou com um assessor da Secretaria-Geral da Presidência da República sobre as reivindicações dos manifestantes.
"Ele perguntou se a gente tinha um documento em mãos. Nós dissemos que tínhamos. Ele nos entregou um cartão, e nós vamos entrar em contato, mandar um e-mail, para agendar uma reunião", disse Augusto.

Durante o tempo em que ficaram em frente ao Planalto, os manifestantes cantaram o hino nacional, deram às mãos e se deitaram no chão. O protesto terminou às 18h40. O grupo se dispersou nas imediações do Palácio do Planalto.

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