domingo, 30 de junho de 2013

Estudante chinesa vai a protesto no Centro de SP e faz ensaio fotográfico


Estudante de cinema Guan Xi participou de ato no dia 18 no Centro.
Ela afirma estar impressionada com nível de participação popular.

Márcio Pinho e Nathália Duarte Do G1 São Paulo

Manifestante segura cartaz na frente da Catedral da Sé (Foto: Guan Xi)Manifestante segura cartaz na frente da Catedral da Sé (Foto: Guan Xi)
Depois de dois anos nos Estados Unidos e há três semanas no Brasil, a chinesa Guan Xi, estudante de cinema de 26 anos, está no país gravando o documentário "Olhando pras Estrelas" sobre a Associação de Ballet para Cegos Fernanda Bianchini, para o curso de cinema que realiza em Los Angeles. Apesar da vinda despretensiosa, ela participou do protesto realizado em São Paulo no dia 18 deste mês e diz que se emocionou com o nível de engajamento e de participação popular.
"Foi impressionante ver as pessoas lutando por seus direitos", conta Guan. Ela afirma que na China, país comandado pelo Partido Comunista, eventualmente também acontecem protestos, mas não com a expressão verificada no Brasil.

Recentemente, jovens chineses saíram às ruas para protestar contra o Japão, já que os países disputavam o comando das ilhas Senkaku. Carros japoneses usados na China chegaram a ser destruídos nas ruas, segundo ela. "É essa violência que não pode haver. Lá houve resposta a esses atos violentos. Aqui, partir para a destruição vai prejudicar o movimento", disse.

Guan Xi aproveitou a manifestação na Praça da Sé e a caminhada que fez pelas avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista para documentar o protesto em uma espécie de ensaio fotográfico. Entre as queixas, verificou que algumas se concentram nos gastos referentes à Copa do Mundo.
Nesse tema ela diz que também tem "escola", já que a China abrigou as Olimpíadas de Pequim em 2008. "Muitos chineses reclamavam de boca a boca, mas não chegaram a sair às ruas."

Ela avalia que não apenas características culturais ajudam a explicar essas diferenças, mas também econômicas, em razão de a China viver há anos condições de crescimento econômico muito mais favoráveis que as do Brasil, o que impacta na opinião pública e no nível de satisfação das pessoas.

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