Jaqueta Versace é vendida por R$ 385 em brechó de Curitiba.
'Tem brechós com achados incríveis', afirma professora de moda.
Brechó de Curitiba tem cerca de 40 mil peças expostas em dois andares (Foto: Thais Kaniak / G1)
Os brechós são uma boa opção para quem gosta de figurinos descolados,
dos acessórios da vovó, de peças exclusivas ou simplesmente pagar menos.
Dona de um deles em Curitiba, Marta Twardowski conta que o público é variado – “gente rica até gente pobre”.O brechó de Marta começou em um momento de dificuldade financeira. Ela teve a ideia ao passar por um bazar de roupas usadas, organizado por duas amigas que queriam juntar dinheiro para abrir uma loja. Marta, então, juntou sete sacos de cem litros de roupas, reuniu umas amigas e nunca mais parou. Oito anos depois, o bazar se transformou em um brechó de dois andares localizado na região central da capital paranaense. Para ela, brechó é cultura, pois se trata de um hábito.
Quarenta mil peças estão distribuídas pela loja, entre sapatos, acessórios e roupas. Os preços variam de R$ 15,00 a R$ 650,00. A peça mais cara do brechó é um conjunto de festa do estilista Oscar de la Renta. Entre os achados, uma jaqueta da marca italiana Versace por R$ 385,00.
Uma das peças vendidas, segundo a empresária, foi um vestido que passou pelo tapete vermelho do Festival de Cannes.
Além de vender, Marta também aluga peças do brechó para comerciais, cinema, televisão e estudantes de moda e publicidade. Ela só não aluga para festas. “Não temos estrutura para isso. Não vou alugar um vestido com pó para ser usado em uma festa, teria que lavar antes”, explica.
'Faço por amor. Cada roupa tem uma história', diz dona de
brechó (Foto: Thais Kaniak / G1)
“Faço por amor. Cada roupa tem uma história. É muito interessante”,
conta. Com os anos de experiência no brechó, Marta diz que passou a
entender de moda. Aliado aos conhecimentos que aprendeu com a mãe,
costureira, agora dá consultoria aos clientes. “Não deixo ninguém sair
feio daqui. Tem que ser honesto, sincero no que faz. Toda pessoa merece
estar bem”. Marta com a ajuda de dois colaboradores, ambos especialistas
em moda.brechó (Foto: Thais Kaniak / G1)
Vestidos da década de 70 expostos “na arara mais retrô” têm preços entre R$ 49,90 e R$ 80,00. Outros vestidos mais antigos também ficam expostos na loja, junto com outros acessórios. Porém, essas peças não são vendidas. “Tenho uma caixa de chapéu de couro de crocodilo de 1921 que achei em uma demolição com um livro de receitas de creme dentro”. A caixa faz parte do acervo da loja que, mesmo desejado pelos clientes, não são comercializados de jeito nenhum.
A professora do curso técnico em Produção de Moda do Tecpuc, em Curitiba, Louise Raulik Cyrino, diz que após a compra no brechó, as peças devem ser lavadas. “É legal mandar lavar. Ficou muito tempo guardado pegando pó e umidade. Provavelmente, antes de ir para o brechó, nem a pessoa usava mais, então a roupa ficou parada em casa e, depois no brechó”, explica. Para não perder a peça, Louise ressalta a importância de ver o modo correto de lavagem. No caso das peças de couro, a dica é fazer hidratação.
Bolsas estão entre os variados acessórios do brechó
(Foto: Thais Kaniak / G1)
Porém, antes da compra, um fator determinante é a prova da roupa. “Tem
que provar a roupa. Não é porque é barato que você vai sair comprando
tudo. Vê se fica legal no corpo, se a modelagem vai cair bem, até mesmo
porque é antiga”. A professora também orienta as pessoas para que evitem
comprar roupas rasgadas, danificadas ou com “buraquinhos de traça”.(Foto: Thais Kaniak / G1)
“Há brechós com achados incríveis: casaquinhos de vó, bolsas, sapatilhas, sandalinhas. Têm uns casacos de lã, de couro, de veludo que, hoje em dia, você não acha mais”. Para Louise, alguns ajustes são interessantes justamente pela peculiaridade das peças, que são mais encontradas em lojas e, por isso, valem a pena.
Outra dica da professora é a customização das roupas. “Comprar calça com modelagem antiga e transformar em shorts. Deixar o vestido mais curto. São coisas que se pode fazer em casa mesmo não tendo noção de costura”.
Para compor o visual com as peças adquiridas em brechós, Louise aposta na mistura dos itens mais antigos com peças mais modernas. “Vintage está na moda. Com certeza, é possível ter um look estiloso comprado em brechó, fora que ninguém vai ter igual. Quase nula a chance de encontrar alguém com a mesma peça antiga”, avalia.
Roupas para crianças são vendidas em brechó infantil de
Curitiba(Foto: Thais Kaniak / G1)
Brechó InfantilCuritiba(Foto: Thais Kaniak / G1)
Crianças também se tornaram alvo para brechós, tanto que, em Curitiba, há brechós especializados no público infantil. É o caso do brechó de Luciana Moura Jorge Vilela, que vende artigos para crianças, como roupas, brinquedos e até móveis. Há nove anos no ramo, a empreendedora garante ter sido pioneira na capital do Paraná. “É o primeiro brechó infantil”, afirma.
Luciana conta que todos os dias chegam coisas novas para serem vendidas. “Não sei o que vou comprar, mas sei que vou comprar”. Ela diz que faz um estudo de mercado para avaliar o preço do produto e que o público é exigente. “Coisa 'mais ou menos' não serve”.
Os produtos no brechó de Luciana variam de R$ 5,00 a R$ 2.900,00 – valor de um carrinho importado para bebê. Segundo a empresária, esse mesmo carrinho novo custa R$ 6.000,00. Ela garante que, apesar de usados, todos os produtos são de qualidade. “Se você colocar um produto novo ao lado de um usado dá confundir”.
Brechó
infantil vende roupas, brinquedos e até móveis usados com valores que
variam entre R$ 5,00 e R$ 2.900,00 (Foto: Thais Kaniak / G1)
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