terça-feira, 30 de abril de 2013

Dilma Rousseff enfrenta protestos de agricultores em evento em MS


Agricultores reclamam da atuação da Funai.
Eles também pedem o fim da demarcação de terras indígenas no estado.

Do Globo Rural

A presidente Dilma Rousseff fazia a entrega de 300 ônibus escolares, a maior parte para as zonas rurais dos municípios de Mato Grosso do Sul, mas foi interrompida por uma manifestação de produtores rurais.
Cerca de duas mil pessoas se reuniram para protestar contra a demarcação de terras indígenas no estado.
Os produtores rurais pediram a abertura de uma CPI para investigar as ações da Funai. Os fazendeiros alegam prejuízos por causa do clima de tensão no campo. “Meu pai, de pecuarista passou a arrendatário. Ele arrenda propriedades porque nós perdemos tudo o que tínhamos”, diz a pecuarista Luana Silva.
O pecuarista Evaldo Escobar tem uma fazenda em Paranhos, que foi invadida por índios há três anos. “Estamos saindo praticamente da fazenda onde os índios estão e é impossível a convivência”, diz.
A disputa de terras entre índios e produtores rurais se arrasta há anos. O conflito tem resultado em mortes no campo.
Apesar dos protestos, a presidente não falou sobre a demarcação de terras durante o discurso. Para acalmar os ânimos, Dilma Rousseff defendeu a liberdade de manifestação.
“Tem gente que acha que democracia é ausência de uns querendo uma coisa e outros, outra. Não é não. Democracia é o fato de que há diferenças e que a gente convive com elas, procura um ponto de equilíbrio e resolve as coisas ou busca um consenso, sempre tendo o diálogo”, disse Dilma Rousseff.
A Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul entregou à presidente um documento com as reclamações dos produtores.
O Globo Rural procurou a Funai para falar sobre a proposta de criação de uma CPI sobre a atuação da fundação, mas ninguém quis se pronunciar sobre o assunto.

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