Vinícius Lisboa | Agência Brasil
A autossuficiência foi alcançada em 2006, mas não se manteve por causa da forte expansão do consumo, que superou a velocidade de crescimento da produção, explicou Formigli. O prazo de sete anos para a autossuficiência em derivados depende das refinarias Premium 1, no Maranhão, e Premium 2, no Ceará, que ainda estão em fase de análise.
"Estamos muito otimistas de que são viáveis", disse o diretor de abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza. Eles espera que o período de avaliação dos projetos termine até a metade deste ano. Outras refinarias em construção são a do Comperj, em Itaboraí (RJ), e a de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Segundo o diretor, a previsão é que parte da Premium 1 entre em operação em outubro de 2017, enquanto a Premium 2 deve começar a funcionar em dezembro do mesmo ano. Em 2020, a Premium 1 deve ser concluída. As estimativas de autossuficiência em derivados, no entanto, dependem de o consumo crescer a uma taxa de 4,2% ao ano.
Cosenza informou também que a Petrobras e a PDVSA (petrolífera da Venezuela) não estabelecem contato desde 28 de fevereiro, quando foi concluído o último aditivo para a operação em conjunto da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde serão construídos dois trens de produção com o investimento das duas empresas. O diretor garantiu que a obra, com 73% de conclusão, será finalizada e acredita que a situação política na Venezuela contribuiu para que a PDVSA não entrasse mais em contato com o Brasil desde essa data, o que deve ser resolvido quando a situação "se estabilizar", segundo o diretor.
Desde a morte do ex-presidente Hugo Chávez, em março, a Venezuela passou por um período de sucessão que culminou nas eleições presidenciais de 14 de abril, vencidas pelo antigo vice de Chávez, Nicolás Maduro, e questionadas pela oposição.
A diretoria da Petrobras também divulgou que, em 2013, foram captados US$ 7 bilhões em bancos internacionais e nacionais, entre eles o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo da companhia é chegar a US$ 61 bilhões nos próximos cinco anos para a captação bruta, que envolve compromissos já feitos, e US$ 22 bilhões para a captação líquida.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que há uma meta de captar US$ 20 bilhões este ano, já que a situação do primeiro trimestre foi considerada tranquila do ponto de vista do caixa, com estabilidade da dívida. Barbassa não informou se a empresa captará no mercado de capitais em breve, mas garantiu que a estatal está sempre atenta às oportunidades.
Outro dado divulgado foi o aumento da eficiência operacional, que subiu seis pontos percentuais e chegou a 76% no primeiro trimestre deste ano. De acordo com José Formigli, a elevação do patamar foi obtida com investimentos de US$ 1 bilhão, focados principalmente nos campos mais produtivos da Bacia de Campos. A meta da Petrobras é alcançar 90% no final de 2016.
Segundo Formigli, a produção da empresa foi afetada pelas cinco paradas programadas no primeiro trimestre, nas plataformas P-9, P-54, P-37, P-53 e P-33, além da parada da FPSO Espírito Santo, da Shell, que contribuíram para reduzir os resultados. Sem informar detalhes, o diretor informou que a estatal deve manter o mesmo nível de paradas no segundo trimestre, número que será menor a partir de julho. As paradas programadas são usadas para reparos e aprimoramentos que aumentam a eficiência da produção.
A diretoria prevê ainda o início do funcionamento da P-55 no fim de setembro. Na segunda quinzena de outubro, entra em operação a P-63, e a P-58 inicia a produção no final do mesmo mês. Em dezembro, a Petrobras começará a exploração com a P-61.
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