sábado, 2 de março de 2013

Aécio usará Petrobras para atacar Dilma


FOLHA DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) estreará uma campanha "temática" para apontar o que considera falhas do governo Dilma Rousseff. O primeiro "round" será a Petrobras, ou o que o PSDB chama de "gestão temerária" do PT na companhia de petróleo.
Em evento no dia 12 de março, o PSDB lançará um "livro-dossiê" com dados negativos da empresa e ataques à recente alta da gasolina.
O ato contará com a presença de economistas e servirá de trampolim para ações pontuais na tentativa de desgastar o governo e apresentar projetos alternativos. São planejadas articulações semelhantes em relação ao BNDES, energia e outras áreas.
A decisão de "dissecar" eventuais fragilidades do governo federal veio após o anúncio da candidatura de Dilma à reeleição --feito pelo ex-presidente Lula em festa do PT na semana passada.

George Gianni - 20.fev.2013/Divulgação
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), durante pronunciamento no Senado Federal no qual listou os 'fracassos' do PT
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), durante pronunciamento no Senado Federal no qual listou os 'fracassos' do PT
O PSDB quer bater na tecla de que o povo perdeu dinheiro nos últimos dez anos, seja porque investiu em ações da Petrobras, hoje em dificuldade, seja por pagar mais pelo combustível neste ano.
Por trás do debate eleitoral, o PSDB discutirá o modelo de exploração de petróleo.
De um lado, o tradicional regime de concessão que vigorou nos tempos de Fernando Henrique Cardoso; do outro, a partilha, fórmula inaugurada após a descoberta do pré-sal. À época, Dilma era presidente do conselho de administração da petrolífera e tocou as mudanças --hoje reprovadas pelo tucanato.
Em conversas reservadas, Aécio tem dito que o modelo atual inibe demais a participação privada em projetos de exploração e obriga a Petrobras a entrar em negócios quando está descapitalizada, vendendo ativos e rebaixando suas exigências de conteúdo local (uso de equipamentos brasileiros, no lugar de importados) para conseguir dar conta dos investimentos a das metas de produção.
Segundo dados da consultoria Economatica, a Petrobras fechou fevereiro com valor de mercado R$ 54 bilhões menor em relação ao mesmo período de 2012 (R$ 254,9). Apesar disso, o valor é 251 vezes maior que em 1993.
Outro objetivo do ato de março será ensaiar uma vacina à acusação petista de que o verdadeiro desejo do adversário é privatizar a empresa.
Esses ataques estiveram presentes em todas as últimas eleições presidenciais, sem que o PSDB conseguisse desmontá-los com sucesso.
Na avaliação interna, Aécio precisa ocupar espaços agora e propor um projeto alternativo ao PT para viabilizar sua candidatura

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