Foliões se preparam para o carnaval do Rio comprando fantasias na Saara

Princesas e super-heróis são as roupas mais procuradas.
Vendedores usam fantasias para atrair clientes.

Aline Pollilo Do G1 Rio

Lojas do Saara com fantasias para o carnaval (Foto: Aline Pollilo/G1)

Com o carnaval se aproximando, os foliões começam a se preparar para desfilar nas ruas do Rio de Janeiro. A Saara, o famoso centro comercial popular da cidade, é a melhor opção para quem quer uma variedade de adereços e fantasias.
O corretor de seguros Ronald dos Santos, 26 anos, estava buscando uma roupa de Homem-Aranha para o filho de 8 anos. Segundo o corretor, o menino só quer essa fantasia, que custa 120 reais. "Foi quase uma ordem", explicou. Ronald, que ainda tem uma filha de 2 anos e outro filho de 8, vai desembolsar quase 500 reais. "A menina vai de princesa e o outro menino de clóvis [bate-bola]. Eu não queria, mas vou ter que gastar tanto", disse.
Os temas tradicionais também têm espaço na procura. As fantasias como pirata, palhaço e fada ainda são pedidas e custam por volta de 90 reais. "A maioria decide aqui o que vai vestir. Poucos reclamam dos preços. Eles pedem um desconto e acabam levando para casa", falou Monique, vendedora da Big Saara.
Clima de carnaval

Monique vestida de Pedrita para atrair mais clientes
(Foto: Aline Pollilo/G1)

Vestida de Pedrita, Monique falou que "entrar" no clima também ajuda nas vendas: "Usando essa roupa acabo vendendo mais. Já saíram mais de 20". Ela ainda explicou que as fantasias mais pedidas são de princesas, do Homem-Aranha, do Superman e dos personagens do Monster High: "Até adulto está querendo", disse.
Monique contou que as vendas triplicaram nas últimas duas semanas do mês de janeiro e os homens são clientes assíduos. "Eles experimentaram as fantasias de doméstica e Moranguinho e nem ficam com vergonha. Entram homens e depois que saem do provador, se transformam", brincou a vendedora. Monique explicou que a fantasia de Chapolin não tem mais no estoque, depois de três remessas. Já na loja Aidan, a vendedora Sandra dos Santos disse que alguns casais compram fantasias juntos. "Eles vão de homem de cavernas e elas de pedrita".

Os vendedores Matheus, Flávio e Luis Mario
vestidos de Minnie, felina e policial
(Foto: Aline Pollilo/G1)

Outras lojas também apostaram nos funcionários fantasiados para atrair mais clientes. Os vendedores Matheus Araújo, Flávio Ramos e Luís Mário estavam vestidos com fantasias de mulheres. "Chama mais atenção. Já consegui vender porque estava assim", explicou Matheus. Mas eles também acabam ouvindo muitas piadas das pessoas que estão fazendo compras. "Uma senhora veio me perguntar se estava usando calcinha", falou Luis.

Foliões em busca da fantasia

Lara Borges experimentando a roupa para o
carnaval (Foto: Aline Pollilo/G1)

A estudante Lara Borges já organizou seu carnaval. Ela sairá com mais duas amigas vestidas de super-heroínas. "Queremos salvar o carnaval", explicou. Laura contou que vai marcar presença no bloco Amigos da Onça, Céu na Terra e  Cordão do Boitatá.
O professor universitário Antônio Carlos está solteiro e bem empolgado para sair nos blocos cariocas, tanto que fez uma lista de fantasias, algumas com detalhes inventados por ele. "Quero sair de pai abandonado e ficar procurando uma mãe para meu filho. No outro dia, vou sair de mágico e colocar umas surpresinhas dentro da cartola", brincou. Antônio Carlos não quer gastar muito, mas garantiu que isso não será um impedimento."Meu limite é ser feliz", brincou.
O representante comercial Marcos Sabadine quer desfilar no bloco Cordão do Boitatá de palhaço, mas estava com dificuldades de achar uma fantasia barata. "Quero o macacão, mas só vendem o pacote completo", disse. Marcos ainda explicou o motivo da sua fantasia: "Os brasileiros são palhaços o ano todo, então decidi me fantasiar assim", completou.
Adereços
Para aqueles que não querem se fantasiar por completo, as lojas do Saara também oferecem muitas opções de adereços. Os foliões podem escolher, por exemplo, a máscara do presidente do Superior Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, para desfilar nos blocos. De acordo com o gerente Sérgio Rocha, da loja Palácio Encantado, mais de 100 máscaras foram vendidas: "Já está sendo a moda desse carnaval".

Capacete para colocar latinhas
(Foto: Aline Pollilo/G1)

As amigas Evelyn Leites e Darlen Carvalho estavam em busca de muitos adereços porque queriam fantasias bem versáteis, sem gastar muito dinheiro. "Queremos sair de dançarinas de cancan e ciganas", explicaram.
Já Amanda Souza, de 33 anos, quer ser mais simples: "Quero ir de Minnie. Vou usar uma saia e um arco com as orelhas e só. Não quero gastar muito". Os arcos saem por até 5 reais e as perucas por volta de 30 reais.
Para afastar o calor, os foliões também podem usar o capacete com suporte para colocar latinhas, que custa 20 reais.