sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dirceu critica 'campanha moralista' contra Renan Callheiros


Objetivo, segundo Dirceu, seria 'dividir a base de apoio do governo'.
Na semana passada, Ministério Público apresentou denúncia contra Renan.

Do G1, em Brasília

O ex-ministro José Dirceu publicou nesta quinta-feira (31) texto em que critica o que chama de "campanha moralista e udenista" contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que deve disputar nesta sexta (1º) a presidência do Senado. O petista, condenado a 10 anos de prisão no julgamento do mensalão, também atacou um ato realizado em frente ao Congresso em protesto contra Renan.
"O que estamos assistindo em relação ao senador Renan Calheiros é, de novo, uma ofensiva midiática dando cobertura a denúncias contra ele concertadas com ações do Ministério Público Federal (MPF) e com intervenções de grupos organizados como aconteceu ontem frente ao Congresso Nacional", escreveu o ministro.
O objetivo da "campanha", segundo Dirceu, seria "dividir a base de apoio do governo". O petista introduz o texto dizendo que "tudo indica" que Renan será eleito presidente do Senado e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) presidente da Câmara, que realiza eleição da próxima segunda-feira (4).
Os dois peemedebistas contam com apoio da base governista, que controla Câmara e Senado. Dirceu diz que "é uma grande bobagem a continuidade dessa campanha da mídia dizendo que o Executivo é que os elege, ou que eles só se elegem por contar com o apoio do Planalto".
Nas últimas semanas, Renan Calheiros e Henrique Alves foram alvo de denúncias. Na semana passada, o procurador-geral da República apresentou denúncia acusando Renan Calheiros de usar notas frias de suposta venda de bois em 2007. O objetivo seria comprovar que tinha renda suficiente para pagar pensão de uma filha. Na época, ele deixou a presidência do Senado pela suspeita de que a despesa era paga por um lobista.
Dirceu também compara as suspeitas e protestos contra Renan Calheiros à "mesma campanha falso-moralista que  levou o presidente Jânio Quadros ao Planalto (1960) porque ia 'varrer a corrupção'; os militares ao poder porque eles 'combatiam a corrupção e a subversão'; e depois elegeu o presidente Fernando Collor, o caçador de marajás."

Dirceu finaliza defendendo a reforma política e administrativa, com financiamento público de campanha e voto em lista.

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