Roqueiro de 79 anos será um dos destaques da escola de Padre Miguel.
Enredo vai contar história do Rock in Rio, maior festival de música do país.
O
cantor Serguei, um dos destaques da Mocidade Independente de Padre
Miguel: escolha faz homenagem ao Rock in Rio no Carnaval 2013 (Foto:
Alexandre Durão/G1)
"Eu vou aprontar neste desfile. Eu não tenho limite mesmo. Mas o que eu
vou fazer é segredo até para o pessoal da escola", destacou o cantor,
que completa 80 anos em novembro deste ano.Fã declarado de samba e carnaval, além de rock and roll, o músico carioca virá à frente dos carros com uma inusitada fantasia, com a frase "Eu comi a Janis Joplin" — referência à cantora norte-americana com quem, segundo ele, teve um caso na década de 60.
Em entrevista ao G1, Serguei revela suas expectativas com relação ao desfile, sua relação com o carnaval e sua opinião acerca do rock n' roll produzido no Brasil atualmente.
Serguei — Adoro. Sou louco por carnaval. Para quem é carioca, o samba está no sangue. Sempre pulei carnaval. É assim desde criança. Hoje em dia é que eu tenho que dar uma maneirada (risos). O samba de raiz é uma maravilha, é um espetáculo a parte. E o samba produzido no Rio de Janeiro é uma maravilha maior ainda. Eu me amarro.
G1 — Como surgiu o convite para desfilar na Mocidade este ano?
Serguei — Não sei exatamente, mas agradeço muito por terem se lembrado de mim a essa altura do campeonato. Há muito tempo que eu namoro esta escola de samba. Até o nome dela é muito simpático: Mocidade Independente de Padre Miguel. Acho bem a minha cara, apesar de eu ser do Rio Comprido (bairro da Zona Norte do Rio).
G1 — Qual a sua expectativa pro desfile? Vai fazer algum tipo de preparação especial?
Serguei — Eu vou aprontar neste desfile. Eu não tenho limite mesmo (risos). Mas o que eu vou fazer é segredo até para o pessoal da escola (risos). Mas eu acho que vocês vão gostar. Vou marcar meu estilo. Não tenham dúvida quanto a isso. Foi assim que me mantive até hoje.
G1 — Como será sua fantasia?
Serguei — É uma fantasia muito bonita e atende a todas as minhas pretensões. Tem um brilho incrível me deixa bem à vontade. A calça tem um estilo que eu gosto muito de usar. Fiquei fascinado. Parece até que ele (Júnior Barata, assistente de criação do carnavalesco Alexandre Louzada) havia combinado comigo.
A fantasia que será usasa por Serguei na Sapucaí
(Foto: Alexandre Durão/G1)
G1 — Já sabe cantar o samba?(Foto: Alexandre Durão/G1)
Serguei — Eles me deram um disquinho, para que eu pudesse ouvir e aprender. Mas moro numa casa aberta ao público. É uma casa hippie, sabe? Então, às vezes, mexem nas coisas e me roubam. Então levaram esse disco, e eu fiquei louco aqui. Mas, com o entusiasmo que estou, garanto a você que vou chegar lá sabendo cantar o samba de ponta a ponta.
G1 — O que acha do rock and roll produzido no Brasil atualmente?
Serguei — Tocar rock and roll com letra de pagode não casa muito bem, não é? E o comportamento dos artistas vai pelo mesmo caminho. Na minha geração, ninguém usava camisa de marca. Isso não existe. Então parece que o rock Brasil passou por um desastre. Primeiro que não é rock. É mentira. É pop, 100% pop. Acho que em São Paulo a gente encontra ainda algumas grandes bandas de rock. Mas na capital, porque no interior é aquela chatice de Zezinho e Zezé, Tadeu e Tá Dando... Não tem nada a ver. Ainda há coisas muito boas, mas acho que meu cachorro tem mais a ver com rock do que as bandas que vendem muito e que têm sucesso repentino.
G1 — Você comemora 80 anos este ano. Qual o balanço que você faz dessas oito décadas?
Serguei — Comemoro 80 anos de vida hiperbem vividos. Não perdi o tesão. O tesão não está "naquele lugar", e sim no cérebro. Tenho muito entusiasmo sexual, pelo rock and roll e por tudo. Tive a vida que queria. Não sou rico, mas vivo bem e tranquilo. Cheguei até aqui numa boa e não tem que me segure. Eu quero é mais.
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