Salvador,
terra da magia. Provavelmente não exista melhor lugar no mundo para se passar o
verão, curtir férias, e esbaldar-se no Carnaval. Impossível descrever o que
olhos e sorrisos transmitem os soteropolitanos, baianos, sobretudo, os
turistas!
Todos os anos
é a mesma coisa: a Boa Terra é invadida por multidões à procura de divertimento,
descontração, sol, praia, festa, garotas, atrás de alegria. Salvador, por si
só, dispõe de todos os atrativos para dar alegria e felicidade a qualquer um.
Praias belas e gostosas. Clima apaixonante, ardente, porque o sol sempre está
de bem com a Bahia. Bares e restaurantes para todos os gostos e gastos. Shows
sedutores e provocantes, por isso também, festas de segunda a segunda, como diz
o “porreta” do baiano. Garotas, moças, jovens mulheres; garotos, rapazes e
jovens homens todos se curtem, se desejam. Beijar na boca, apaixonar-se,
amar-se, fazer sexo, é o que desejam, afinal, tudo é permitido.
Recordo meus
bons e velhos tempos, anos 70. Minha mãe sempre dizia: “Meu filho, a vida é
bonita e boa demais, por isso, viva a vida com intensidade, porém, jamais
esqueça da responsabilidade”. Remete-me a um versículo bíblico extremamente
importante: “Tudo é permitido, mas nem tudo convém”. A questão é: o que mudou
realmente nesses últimos 30, 40 anos no Brasil?
Nosso país,
assim como Salvador, cheio de belezas, riquezas e controvérsias, infelizmente
ainda carrega no seu código genético a corrupção,
burocracia e exploração. Porque herdamos dos ibéricos a pior das
imperfeições: a tradição portuguesa de um ensino débil e medíocre! Pagamos e
pagaremos um preço muito alto por isso. O Brasil é um país dividido entre o bem
e o mal, belo e feio, alegria e tristeza, orgulho e “vergonha”, porque agrega e
destrói, certamente as mazelas sobrepondo-se às benevolências, daí não se vê
uma luz no fim do túnel, com relação à educação, sobretudo.
A erosão é
visível aos olhos de quem tem “consciência” pra ver o que gostaria e o que não
gostaria. O mundo, a sociedade brasileira está atônita, confusa, desacreditada,
diante, talvez, do pior dos males, a exploração infantil, muito em moda, e mais
comum ainda neste tempo de férias, alegria, festa, de verão e de turistas.
Estamos
misturados entre o bem e o mal, o belo e o feio, assim o homem vai exterminando
a dignidade do próprio homem. Crianças pobres trocam sexo por comida, por
dinheiro, as consequências são e serão inúmeras, provavelmente irreversíveis!
Com demagogia, governos fazem campanhas e propagandas simbólicas diante da tragédia social.
O número de
meninas prostituídas é alarmante no Brasil, fala-se em mais de 120 mil meninas
prostituídas. O Norte e Nordeste, Salvador e Recife ganham facilmente. O
“pornoturismo”, ou exploração infantil está presente, aniquilando
definitivamente tudo de bom e bonito que uma criança possa vir a ter: infância,
dignidade, estudo, trabalho honesto, família ajustada! Como imaginar crianças
de 6, 7 anos sendo exploradas sexualmente! Isso coloca o Brasil em segundo
lugar no mundo nesse pré-requisito. Estamos à deriva. É preciso reverte esse
quadro, senão o País estará perdido, afundado em lama, vergonha nacional,
mundial.
O mundo está
diante a 3ª maior fonte de renda do mundo, a exploração infantil. Por isso a ganância,
inconsciência, a falta de amor ao próximo, à criança, a Deus. A pior herança
deixada por um país, governo, sobretudo por pais, é esquecer de dar ao povo,
aos filhos, estudo, cultura, instrução, porque os jovens serão para sempre
reféns da ignorância, da esmola, de criminosos, por isso não podemos mais
permitir governos corruptos, burocráticos, exploradores.
Sérgio
Belleza é autor dos livros, Caminhado com Walkyria e Ascensão e Queda de um
Império Econômico.
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