quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Rondônia tem mais de 100 mil mulheres motociclistas


Preço baixo, economia e agilidade são os atrativos das motocicletas.
'Não troco moto por carro', diz Sandra Silva, mototaxista em Porto Velho.

Ivanete Damasceno Do G1 RO
Sandra Silva é mototaxista há três anos e diz que gosta de motocicletas (Foto: Ivanete Damasceno / G1)Sandra Silva aliou o gosto por motocicletas à profissão e trabalha como mototaxista há três anos (Foto: Ivanete Damasceno / G1)
Mototaxista há três anos em Porto Velho, Sandra Silva, de 32 anos, fez da paixão por motocicletas sua profissão e garante que não troca moto por carro. “Um dia estava procurando trabalho no restaurante, vi o ponto de mototáxi e me informei o que precisava. Arrumei tudo e comecei a trabalhar. Me apaixonei”. Sandra faz parte do grupo de mais de 100 mil mulheres habilitadas em Rondônia para pilotar motocicletas, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Tem alguns homens que não admitem andar numa moto pilotada por mulher"
Sandra Silva, mototaxista
Questionada sobre os perigos de pilotar motocicleta Sandra é enfática: “Veículo não oferece perigo. Perigoso é o condutor”. Segundo Sandra, há preconceito por parte dos homens que não respeitam as mulheres no trânsito. “Mulher prefere andar comigo porque eu obedeço a sinalização. Já tem alguns homens que não admitem andar numa moto pilotada por mulher”, afirma Sandra.
Para a consultora de vendas Adriana Morena, esse aumento na procura por motocicleta deve-se, principalmente, ao baixo valor em comparação com um automóvel. “Normalmente as mulheres querem segurança, mas precisam economizar. A motocicleta proporciona segurança e economia”, diz a consultora de vendas que atua no rama de vendas de motocicletas desde 1999.
Pensando nesta economia e na facilidade de locomoção e estacionamento, Joyce Michele Monteiro, de 19 anos, optou pela motocicleta. “Quando comecei a dirigir tinha medo de andar de moto, mas agora não tenho mais. É o veículo que posso comprar e manter”, explica Joyce.
Os dados de 2011 do Detran apontam que o número de mulheres habilitadas saltou de 51.399 em 2004 para 154.741. As mulheres com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) A (categoria que habilita a pilotar motocicleta) passou de 26.639 em 2004 para 107.950 em 2011. Já as que optaram somente por motocicleta representavam em 2011, 11.734 condutoras.
Loja oferece acessórios exclusivamente femininos  (Foto: Ivanete Damasceno / G1)Loja oferece acessórios exclusivamente femininos
(Foto: Ivanete Damasceno / G1)
Acessórios
Diferente dos homens que investem na linha de acessórios para motocicletas, trocando luvas, escapamentos, colocando adesivos, as mulheres se preocupam com a segurança do veículo e a própria segurança. “Mulheres adquirem seguro para o veículo, alarme, capacete e capa de chuva”, comenta Adriana.
A cor preferida pelas mulheres é a vermelha. Já os capacetes são os que combinam com a cor da motocicleta. “Nós temos capa de chuva e capacete rosa, mas mulher é mais tradicional. Ela quer segurança, não quer chamar a atenção”, diz a consultora de vendas.
Comportamento nas vias
Segundo o major do Polícia Militar Silvio Bezerra, as mulheres são mais prudentes e atenciosas quando estão dirigindo. Até os cuidados com o veículo são diferentes entre homens e mulheres. “Se você fosse comprar um veículo e pudesse escolher entre dois do mesmo ano com a mesma quilometragem, sendo que um o dono é um homem e o outro uma mulher. De quem você compraria?”, indaga o major.
Silvio diz que utiliza esta pergunta em suas palestras sobre segurança no trânsito e para exemplificar que mesmo os homens não admitindo, as mulheres são as que menos cometem infração de trânsito. “Normalmente as mulheres respeitam a sinalização, não ultrapassam sinais vermelhos e nem vias preferenciais. Isso evita muitos acidentes”, garante o major.

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