quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Novo selo 'pet friendly' certifica hotéis que recebem bem os animais


Classificação chancela estabelecimentos que aceitam bichos de estimação.
Bebedouros, permissão de dormir com dono e receptividade são critérios.

Flávia Mantovani Do G1, em São Paulo

Cachorro na pousada Encanto da Bocaina, certificada com selo pet friendly (Foto: Lu Azevedo/Divulgação)Cachorro na pousada Encanto da Bocaina, certificada com selo pet friendly (Foto: Lu Azevedo/Divulgação)
O Brasil ganhou um novo selo que certifica hotéis e pousadas com serviços para animais de estimação que viajam com seus donos.
A certificação foi criada no fim de 2012 pelo Portal Turismo 4 Patas, que desenvolve conteúdo especializado em viagens com animais de estimação e organiza passeios de ecoturismo para cães e seus donos.
Segundo Larissa Rios, idealizadora do portal e do selo, o “Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem Pet Friendly” é o primeiro do tipo no Brasil. “Ele foca na avaliação exclusivamente de serviços e estruturas  voltados para animais de estimação. Não vemos o luxo, a qualidade da roupa de cama, nada que seja restrito aos humanos”, afirma.
O hotel ou a pousada que quiserem receber a certificação precisam pagar uma taxa e atender a alguns requisitos, desenvolvidos com a ajuda de viajantes que costumam levar seus animais em viagens.
Entre os critérios estão a presença de lixeiras exclusivas para as fezes dos bichos e de bebedouros com água fresca para os animais, a possibilidade de dormir no quarto com o dono, a existência de convênios com pet shops e veterinários e a receptividade em geral.
“Existe uma grande diferença entre aceitar animais e ser ‘pet friendly’. Tem lugares que aceitam, mas o cachorro tem que andar no colo o tempo todo. Já outros vão além: oferecem kit hospedagem com petiscos, tapete higiênicos e mantinha ou têm espaços para que o dono possa fazer as refeições acompanhado do cachorro, por exemplo”, diz Larissa.
Larissa Rios, do Portal Turismo 4 Patas, e sua cachorra Cleo (Foto: Arquivo pessoal)Larissa Rios, criadora do selo, com a sua cachorra Cleo (Foto: Arquivo pessoal)
Os requisitos podem ser obrigatórios ou eletivos, dependendo do nível de classificação pretendido pelo estabelecimento: Standard, Premium ou Super Premium. Um avaliador é enviado ao local para checar se todos os serviços são oferecidos.
Se o estabelecimento for aprovado, ele recebe um manual de hospedagem, com orientações sobre raças de cachorros e procedimentos ideais, treinamento especial para os funcionários  e um pacote de divulgação no site Turismo 4 Patas.
Kit de boas vindas
O primeiro estabelecimento já foi certificado: é a Pousada Encanto da Bocaina, na Serra da Bocaina, no município de São José do Barreiro (SP).
Lá, os animais podem dormir com os donos nos chalés, ganham kit de boas vindas com osso, bandana e saco para catar dejetos e podem correr livres pela área verde, desde que não incomodem os outros hóspedes.
Cachorro na pousada Encanto da Bocaina, certificada com selo pet friendly (Foto: Lu Azevedo/Divulgação)O cachorro Max em um dos chalés da pousada Encanto da Bocaina (Foto: Lu Azevedo/Divulgação)
A proprietária, Luciana Azevedo Martins, diz que a maior parte dos hóspedes chega com bichos de estimação. “Teve até um casal que veio com dois gatos e um papagaio. Hoje as famílias estão mais reduzidas e muita gente tem um bichinho e não quer deixa-lo em um canil quando viajam“, diz ela, que tem dois gatos e dois cachorros.
Mas há restrições. Os bichos não podem dormir na cama do chalé, e algumas raças, como pit bull, doberman ou pastor alemão, não são aceitas. Os hóspedes recebem um manual com as regras. “É preciso respeitar os outros hóspedes, que vêm à pousada para relaxar”, diz Luciana.
Para Larissa, a opção de hospedagem “pet friendly” no Brasil não é tão ampla quanto em outros países, mas está aumentando. Há cinco anos, no sistema de busca de seu site, havia 300 estabelecimentos que aceitavam animais cadastrados. Hoje, são 1.000.
“Antes muitos lugares até aceitavam bichos, mas não queriam divulgar, porque achavam que poderia afugentar os hóspedes que vão sem animais. Mas agora isso está mudando. Alguns proprietários perceberam que é uma fatia de mercado que está crescendo, e que muita gente deixa de ir a um hotel quando não aceita animais”, afirma.

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