Waldorf Astoria recupera artigos históricos após criar programa de 'anistia'.
Houve uma época na qual 25 mil colherinhas de café 'sumiam' por semana.
De humildes colherinhas de café e abridores de garrafa até objetos de grande valor, como bandejas e cafeteiras de prata, o hotel criado em 1893 está recuperando, pouco a pouco, artigos de todo tipo dentro de um programa chamado "anistia", no qual se recebem pacotes "sem fazer perguntas".
A fachada do Hotel Waldorf Astoria, em Nova York (Foto: James G. Howes)
O programa foi lançado em julho do ano passado, e desde então o hotel
continua recebendo objetos em um bom ritmo. Até agora, foram recebidas
125 comunicações, 15 delas consideradas entregas "significativas",
segundo afirmou uma porta-voz do estabelecimiento à agência Efe.Um dos objetos devolvidos é uma cafeteira de prata de 1938, que foi levada na mala por um casal em lua de mel como lembrança romântica de sua estadia, segundo explicou um herdeiro da dupla em uma nota que acompanhava o artigo subtraído.
Outro objeto recuperado é um porta-copos da década de 1950. A nota que o acompanhava assinalava que ele vinha de um rico antepassado conhecido por sua generosidade com os pobres, mas que também deve ter caído na tentação de levar algo que exibisse o famoso anagrama do hotel.
A ducha de Sinatra
O objeto de maior tamanho que está desaparecido é o vidro da ducha do quarto que o cantor Frank Sinatra e sua esposa Nancy tinham no hotel na década de 1940, no qual haviam sido gravadas as iniciais do casal.
Nesse caso, não parece que nenhum cliente tenha levado uma recordação tão volumosa na mala. Suspeita-se de algum funcionário do próprio hotel ou de alguma empresa que trabalhou nas obras de renovação da suíte.
Interior de um dos quartos do hotel
(Foto: Reprodução/Waldorf Astoria)
Além de hóspedes famosos, milionários e chefes de Estado, o hotel foi
palco de inúmeros eventos da alta sociedade nova-iorquina. De dois deles
procediam duas facas gravadas com o nome e o sobrenome de uma mulher,
que a própria homenageada levou para casa como lembrança e que, agora,
foram devolvidos por sua neta.(Foto: Reprodução/Waldorf Astoria)
Também foi devolvida uma colherinha de café de 1925. Segundo o hotel, houve uma época na qual 25 mil colherinhas "desapareciam" a cada semana, o que representava 90% dos exemplares existentes no estabelecimento. Por isso, elas tinham que ser substituídas constantemente.
Nesse ritmo, o hotel só deve recuperar uma ínfima parte do que foi "saqueado" pelos seus clientes e convidados, mas espera-se ao menos conseguir o suficiente para recriar o espírito de uma época de elegância já perdida.
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