Presépio de Natal custou R$ 1,7 milhão e está totalmente destruído.
E no Parque da Cidade, que custou R$ 22 milhões, memorial foi interditado.
O Presépio de Candelária, a mais antiga obra de Niemeyer na cidade, foi inaugurado em 2006 e custou R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. Deveria ter lojas, lanchonetes, promover eventos e servir como ponto de cultura e lazer para a população. No entanto, o local está completamente destruído. Hoje, além de lixo e pichações, o espaço serve como abrigo para moradores de rua.
Ênio Tinoco, que é engenheiro, faz um alerta. Para restaurar o Presépio de Natal, ele diz que será necessário desembolsar um investimento ainda maior. “O que se gasta para recuperar um obra desta é muito maior do que se gastaria com ações preventivas e manutenção. Há estudos que mostram que este custo pode ser de até cinco vezes mais do que se gastaria com manutenção preventiva”, afirmou.
Parque da Cidade
A segunda obra de Oscar Niemeyer em Natal pode ser vista de longe e de várias partes das zona Sul e Oeste da cidade. É o Parque Dom Nivaldo Monte, o Parque da Cidade, com sua torre de 45 metros de altura, o equivalente a um prédio de 15 andares. Na torre, um elevador deveria levar os visitantes a um memorial, para a exibição de fotos e vídeos que contam a história da cidade. Mas, a torre foi interditada mesmo antes de abrir. O parque custou quase R$ 22 milhões, foi inaugurado em 2008 e funcionou apenas por poucos meses. No prédio administrativo, com auditório e estrutura para receber visitantes, apenas a guarda municipal se faz presente. O cenário é de esquecimento, de descaso.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo disse que a recuperação do Parque da Cidade deve ficar para a próxima gestão, já que não há tempo hábil para a realização de obras de reparo este ano.
“É um investimento público que está aí, abandonado. É uma tristeza. Estou triste, mas esperançoso. Ainda tenho algum tempo de Prefeitura e espero, com a nova administração, concluir esta obra”, disse o arquiteto Helcio Trigueiro, que participou de todo o processo de criação e construção do local.
“A cidade perde muito. Oscar Niemeyer é uma referência muito forte para qualquer cidade, para o patrimônio, a cultura. E a gente acaba tendo patrimônios como estes esquecidos”, lamentou o engenheiro Ênio Tinoco.
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