quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Médicos de Januária paralisam atendimento por falta de pagamento


Paralisação de um dia gerou caos na instituição.
Médicos alegam que não recebem há quatro meses.

Marina Pereira Do G1 Grande Minas
Mulher hospital (Foto: Marina Pereira/G1)Sandra Maria Rocha Figueiredo está com a filha
internada em Brasília de Minas
(Foto: Marina Pereira/G1)
“Cheguei com minha filha no hospital passando mal, sentindo contração e não conseguimos atendimento. Foi desesperador”, diz a agricultora Sandra Maria Rocha Figueiredo. Ela tentou ser atendida na última quarta-feira (06), no hospital Municipal de Januária (MG), mas foi informada que não tinha médico. “Pra não deixar que a minha filha morresse eu a levei para Brasília de Minas”, conta
O problema da falta de atendimento aconteceu devido a paralisação dos médicos durante todo o dia. Segundo os médico, o atraso nos pagamentos dura já quatro meses. A diretora do Hospital, Dilma Gloria Ferreira dos Santos, afirma que a falta de médico gerou um verdadeiro caos na instituição.
Diretora hospital (Foto: Marina Pereira/G1)Diretora Hospital Municipal de Januária confirma o
atraso nos pagamentos dos médicos
(Foto: Marina Pereira/G1)
“Foi muito complicado, a maternidade foi o setor mais prejudicado. Muitas grávidas chegaram aqui em busca de atendimento e foram transferidas para outras cidades”, explica.
A diretora afirma também que apenas um médico que já estava de plantão continuou no hospital e atendeu os pacientes que estavam em estado mais grave.
A Secretária de saúde do Município, Rejane Pompeu Mendes, confirmou o atraso nos pagamentos. “Não tivemos como pagar os salários dos médicos porque houve um atraso de repasse de verbas, por parte do governo estadual e também bloqueio do FPM”, justifica.
Rejane informou ainda que o promotor da cidade, Franklin Reginauro Pereira, se reuniu com a classe na noite de quarta-feira e exigiu o retorno dos médicos. “Na reunião, o município comprometeu a pagar os salários atrasados até o dia 20 deste mês”, diz.
A reportagem do G1 esteve no hospital na manhã desta quinta-feira (06) e verificou que o atendimento foi normalizado, mas casos menos graves, como consultas clinicas, estão sendo encaminhadas ao PSF da cidade.
Senhorinha Nunes Costa, de 41 anos, esteve no hospital para mostrar o resultado de um exame e não foi atendida. “Eles me informaram que só vão atender casos de urgência e emergência, agora terei que esperar”, conta.
Médico (Foto: Marina Pereira/G1) Clínico Geral, Dr. Joel Tarcísio, atendeu os pacientes
nesta quinta-feira
(Foto: Marina Pereira/G1)
Poucos pacientes procuraram o hospital nesta quinta-feira (06). Dos 46 leitos disponíveis para internação, apenas seis estavam ocupados.
O médico plantonista, Joel Tarcísio Andrade, trabalhou normalmente nesta quinta-feira. Ele disse que a adesão à paralisação é geral. “Eu só estou trabalhando por respeito ais pacientes e espero que a promessa de pagamento seja realmente cumprida”, diz.

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