Intervenção realizada no Instituto de Cardiologia durou cerca de 4 horas.
Garoto vive em uma cama ligado a respirador artificial desde que nasceu.
De acordo com o médico Rodrigo Sardenberg, a cirurgia foi bem-sucedida. O menino foi encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo e respira com auxílio de um respirador mecânico. Segundo o médico, o procedimento é de rotina. A alta está prevista até a próxima sexta-feira.
Sardenberg informou que a expectativa é que em 15 dias seja possível ligar o marca-passo. O médico disse que espera que Lucas vá se adaptando aos poucos a respirar sem ajuda de aparelhos.
A operação de Lucas ocorreu após meses de disputa judicial entre a família e o governo do Distrito Federal. O Tribunal de Justiça do DF determinou procedimento pela rede pública. Lucas não fala, não anda e respira com a ajuda de aparelhos desde que nasceu, por causa de uma insuficiência respiratória crônica.
Segundo o pai do menino, o implante do marca-passo provocará mudanças nos hábitos da família, pois a criança não dependerá mais do equipamento que fica instalado em casa. “Vamos levar o Lucas para ver o que ele acha da luz da cidade, como é a cidade à noite. Ele não sabe o que é isso”, disse o pai antes da internação, nesta sexta.
A realização da cirurgia foi confirmada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no último dia 5. Em outubro, decisão do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) determinou a imediata realização do procedimento pela rede pública. De acordo com a secretaria, o marca-passo foi adquirido por R$ 388 mil e a contratação da equipe médica de São Paulo, com traslado, teve custo de R$ 140 mil.
A pasta informou que ainda não foram definidos os valores da internação, do centro cirúrgico, da nutrição, dos exames e das ações de recuperação de Lucas no ICDF. “Nossa expectativa está grande, mas temos certeza de que vai dar tudo certo. A fase mais tumultuada já passou”, disse Caio Bittencourt.
Histórico
Em 1º de agosto, o TJDF havia negado recurso do GDF contra a liminar que determina a implantação do marca-passo. Naquele mês, uma junta médica da secretaria concluiu que Lucas não tinha indicação para a cirurgia. Os três profissionais que analisaram a criança durante 26 minutos afirmaram que ele apresentava “sequelas neurológicas irreversíveis, tanto intelectuais quanto motoras” e que era tetraplégico.
Também segundo os médicos, o implante não traria melhoras significativas a Lucas e não havia necessidade de urgência no tratamento. Rodrigo Sardenberg, médico especialista no procedimento, questionou o laudo. “Acho que não foi uma boa avaliação, inclusive porque há um erro conceitual: Lucas não é tetraplégico, mas tetraparético, ou seja, ele tem os movimentos, mas são mais lentos.”
Em julho, o TJ determinou que a operação ocorresse independentemente do relatório da junta. Só após decisão de outubro do Conselho Especial do TJ que a Secretaria de Saúde autorizou a realização do procedimento
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