quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Rússia suspende embargo a carnes de MT, RS e PR com condições


Segundo ministério, ainda há condições para a efetivação dos embarques.
Embargo às importações teve início em meados de junho de 2011.

Do G1, com informações da Reuters

A Rússia suspendeu embargos às carnes bovina, suína e de frango de três Estados Brasileiros (Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná), informou o Ministério da Agricultura brasileiro nesta quarta-feira (28).
Mas ainda há condições para a efetivação dos embarques, segundo nota do ministério.
"A retomada das exportações dos três Estados ainda depende da emissão de um comunicado oficial da Rússia e da habilitação específica por estabelecimento exportador", afirmou o comunicado.
"Apesar de termos conquistado mais espaço com a venda do produto a outros países, é inegável a importância do mercado russo. A perspectiva para o próximo ano é que o setor de carnes brasileiro bata recordes históricos de exportação com facilidade", disse o ministro Mendes Ribeiro no comunicado.
O embargo às importações das carnes de três Estados teve início em meados de junho do ano passado, afetando principalmente as vendas de carne de suínas e de frango, que tiveram forte queda das exportações. Já a indústria de carne bovina manteve o nível de vendas para a Rússia exportando o produto oriundo de outros Estados.
Em nota divulgada antes de conferência com imprensa, o ministério informou que desde o início do embargo parcial já foram realizadas mais de 160 inspeções em estabelecimentos exportadores de produtos de origem animal do Brasil.
Além disso, acrescentou o ministério, foram enviados relatórios de auditoria e planos de ação, após mais de 10 encontros com autoridades russas para tentar resolver o impasse.
Os dois países decidiram se reunir novamente em janeiro de 2013 para continuar o debate e trabalhar pela equivalência de sistemas veterinários e fitossanitários.
'Pouco impacto'
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, observou que a medida anunciada nesta quarta-feira terá pouco impacto para o segmento.
"Precisaríamos de novas unidades habilitadas, o que parece não irá ocorrer, pelo menos agora. Precisaríamos do Acordo de Equivalência Sanitária Brasil - Rússia aprovado", disse Camargo Neto por e-mail à Reuters.
Ele acrescentou ainda que os exportadores precisariam ainda de acordo sobre o novo Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a Rússia, "onde ainda existem pendências importantes".
A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) comemorou o fim do embargo. “Com todas as solicitações atendidas, não havia mais justificativas para que esse embargo perdurasse. Apesar do fim do embargo, ainda enxergamos a visita da presidente brasileira à Rússia como um importante passo para evitar que novos embargos ocorram no futuro”, disse o presidente da entidade Francisco Turra.
Segundo a Ubabef, desde o anúncio da suspensão, a média anual das exportações brasileiras de carne de frango para a Rússia caiu pela metade. Em 2010, as exportações para o destino totalizaram 144 mil toneladas. Em 2011, ano do embargo, houve queda de 58,2%, com total de 60,3 mil toneladas. Até outubro de 2012, o volume de exportações para o mercado russo tinha atingido 57,1 mil toneladas.
Principal destino
Apesar das restrições, as exportações brasileiras de carnes mantiveram-se estáveis entre janeiro e outubro deste ano, segundo o governo, somando US$ 12,981 bilhões, enquanto nos mesmos meses de 2011 foram R$ 12,965 bilhões.
A Rússia também permanece sendo o principal destino dos produtos brasileiros. Segundo o ministério, as vendas para esse país foram estáveis nos dez primeiros meses do ano, somando US$ 1,43 bilhão. Em 2011, no mesmo período, o resultado foi de US$ 1,48 bilhão.
"A Rússia é um parceiro estratégico para o Brasil, um dos países membro dos Brics (acrônimo de Brasil, Rússia, Índia e China). Por isso, é imprescindível que não haja ruídos nas relações internacionais", afirmou o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto.
Para o governo, a tendência é de elevação nas exportações de carne no próximo ano. Além da regularização do comércio com os russos, em 2013 espera-se que o Japão inicie as importações de carne suína brasileira do estado de Santa Catarina, reconhecido, após cinco anos de negociações com o Ministério da Agricultura japonês, como livre de febre aftosa sem vacinação. Os japoneses são os maiores compradores mundiais do produto, importando US$ 5,2 bilhões em 2011.

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