quinta-feira, 29 de novembro de 2012

'Pior que campo de refugiados', diz procurador sobre situação de índios


Membros do MPF visitaram aldeias de guarany-kaiwá no sul de MS.
Procurador defende devolução de terras de direito para os indígenas.

Do G1 MS
Comissão visitou aldeira Pyelito Kue, em Iguatemi. (Foto: Divulgação/MPF)Entre as aldeias visitadas pela comissão estava a Pyelito Kue, em Iguatemi. (Foto: Divulgação/MPF)
A situação vivida pelos índios guarany-kaiwá em Mato Grosso do Sul é "pior do que campo de refugiados", conforme declarou nesta quarta-feira (28) o procurador da República Marco Antonio Delfino durante reunião em Campo Grande. O membro do Ministério Público Federal (MPF) de Dourados (MS) foi um dos integrantes do órgão que visitaram aldeias no sul do estado.
De acordo com o MPF, as visitas para conhecer a realidade dos indígenas foram feitas após recebimento de inúmeros pedidos, denúncias e petições. Representantes da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão (6ª CCR) do órgão, que trata de populações indígenas e comunidades tradicionais, estiveram nas comunidades Ipo'y e Arroyo Korá, em Paranhos - a 477 km de Campo Grande -, e Pyelito Kue, em Iguatemi, distante 466 km da capital sul-mato-grossense.
Segundo a subprocuradora federal da República e integrante da 6ª CCR, Gilda Pereira, durante as visitas, a comissão percebeu que há uma grave violação dos direito dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. “Nos causou imensa dor ver a situação precária e desumana em que vivem os índios que visitamos”, disse.
Segundo MPF, visitas foram feitas após denúncias e petições. (Foto: Divulgação/MPF)Segundo MPF, visitas foram feitas após denúncias
e petições. (Foto: Divulgação/MPF)
Para Delfino, um ato emergencial para resolver parte dos problemas é a devolução das terras de direito para os índios. “Ao todo, os guarany-kaiwá tem 30 mil hectares de terra. Com essa devolução, seriam acrescidos mais 18 mil hectares”. O procurador explicou que os proprietários das terras seriam indenizados com títulos pela União.
Um relatório será criado para pautar a agenda dos gestores estaduais e municipais em ações de políticas públicas e implementação de terras para o povo indígena.

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