quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Famílias paulistas confirmam intermediação


Helga Cirino A TARDE

  • Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE
    Nome da suspeita Carmem Topschall é citado a promotor
O promotor Luciano Ghignone, que apura irregularidades no caso da perda da guarda dos pais de cinco crianças em Monte Santo (a 352 km de Salvador), esteve em  São Paulo para ouvir as quatro famílias paulistas que estão com as crianças. Segundo depoimento de Ghignone à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Federal que investiga o tráfico de seres humanos no País, terça-feira, o contato das famílias paulistas com as crianças só foi possível pela intermediação de Carmem Topschall, moradora de Pojuca (Grande Salvador) e principal suspeita de envolvimento em uma rede ilegal de adoções no sertão baiano.
O juiz titular de Monte Santo, Luiz Cappio, também apontou a possibilidade de participação de Carmem no esquema. As informações são da advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-BA), Isabella da Costa Pinto de Oliveira, que participou, na manhã desta quarta-feira, 31, de uma entrevista junto com a mãe das crianças, Silvânia da Silva.
Além de depor na Câmara, Silvânia foi recebida pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, na terça-feira. Ontem, ela participou de coletiva, na sede do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Ceca), no Jardim Baiano, bairro de Nazaré. Ela se emocionou ao lembrar da receptividade da ministra: "Fiquei feliz porque me fizeram sentir confiante de que logo terei meus filhos de volta".
A advogada confirmou que Maria do Rosário se comprometeu a encaminhar  equipes ao sertão baiano, e outras regiões do País, para apurar as denúncias. Além de Isabella, Maurício Freire, Valdemar Oliveira, também  do Cedeca-BA, a defensora pública Hélia Barbosa e o conselheiro do Ceca Normando Batista  participaram do encontro nesta quarta.
Apoios - Nesta quarta, o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), participou de reuniões com representantes da Polícia Federal e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto. "A Polícia Federal está abrindo inquérito para apurar este caso", afirmou Jordy. A advogada do Cedeca-BA avaliou como positiva a viagem a Brasília. "Ficamos confiantes com o posicionamento dos integrantes da CPI", destacou Isabella.

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