quinta-feira, 1 de novembro de 2012

AUTOAJUDA, CAMINHO DA FELICIDADE?




Recentemente, uma rádio de Salvador perguntou-me como classificaria o meu último livro, Caminhando com Walkyria, se romance, biografia, autoajuda? Não tive dúvida, mas certeza do que tinha escrito. “Um pouco de cada, todavia, a autoajuda preponderava. Justamente por ser a história de uma sábia mãe, que, louca pela vida e por amor, faz de tudo pra bem educar seus filhos, evidenciando-os como poderiam ser muito mais felizes”.
Numa outra oportunidade, questionado sobre o subtítulo, o livro que vai mudar a sua vida, também não relutei na resposta: “Só mudamos quando queremos, quando temos consciência de que é preciso mudar, melhorar, evoluir”. Na verdade, pouco adianta insistir com alguém que não se importa com a sua vida, não tem ambição profissional, ser melhor como pessoa, com o seu futuro, família, filhos, felicidade, de fato, galgar cada dia um degrau na longa-curta estrada da vida.
Percebe-se, portanto, que pessoas de pensamentos incertos, confusos, desorientados, ainda não compreenderam que a danada da vida sempre exige mais do que somos capazes, por isso mesmo, será muito mais difícil vencer, ser sucesso, principalmente encontrar o caminho da felicidade.
José Saramago, no dia do seu discurso, em Estocolmo, em 1998, quando ganhou o prêmio Nobel de Literatura, disse: “O homem mais sábio que conheci, não sabia ler nem escrever”, referindo-se ao seu avô. Faço das palavras dele, minhas, com duas pequenas ressalvas: a pessoa mais sábia que conheci, era uma mulher, lia e escrevia, normalmente. Hoje em dia, não mais me questiono por que os mais sábios, logo, mais felizes, foram às pessoas mais humildes, necessitadas, sofridas, as mais esforçadas!
O que somos e aonde queremos chegar, é subjetivo. Porém podem e devem ser aperfeiçoadas, remodeladas, revistas às nossas metas. Como? Tendo mente sã, aberta, receptiva a tudo e a todas as coisas que ver, ouvir, sentir, ler, fazer. Não existem outras formas, ou fórmulas mágicas para se evoluir, crescer, vencer, ser mais feliz.
As pessoas pensam e agem de várias maneiras, semelhantes até, mas nunca iguais. Contudo, todos precisam refletir sobre a vida, passado, presente e futuro, porque o caminho não é curto, tampouco fácil. Está aí a sabedoria para amenizar, até mesmo evitar os possíveis problemas na estrada da existência.
Aprendi com a mulher mais sábia, Walkyria, que a vida não é fácil, mas também não é difícil, só é mais difícil para quem pensa que a vida é fácil. Essas coisas, pensamentos, reflexões, saber ouvir, ler muito, aconselhar-se, dedicar-se, faz realmente a diferença do que você é, onde está, pra aonde quer chegar, o que quer ser.
Ser sucesso, ser feliz. O que quer dizer isso? Só uma coisa. Sucesso é ser feliz. Porque o resto são vitórias, glorias, importa, mas nem tanto. De que adianta ser rico, poderoso, famoso, sem paz, tranquilidade, amigos verdadeiros, família ajustada, filhos bons, educados, promissores, se tem pouco amor no coração? 
Aprendi com a mais sábia que para ser feliz é preciso, primeiro, amar a Deus sobre todas as coisas, depois, ao próximo, sem distinção. Aprendi com ela tantas coisas, que hoje em dia o que mais sei, é que pouco ainda sei, por isso, preciso continuar convicto que muito ainda preciso aprender, por que a vida não é fácil, mais só é difícil para quem pensa que é fácil.
Aprendi com Walkyria, minha mãe, a mais sábia pessoa que conheci, que felicidade é estar em paz, sorrir e amar muito, muito, tudo e todas as coisas do mundo, todas as coisas de Deus.
Compreendo que autoajuda é exatamente como felicidade - não se acha, se procura, se compra, porque está dentro de cada pessoa.

Sérgio Belleza é autor dos livros Caminhando com Walkyria e Ascensão e Queda de um Império Econômico.

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