Com dó dos animais, alguns alunos não participaram da aula de biologia.
Docente alega que se baseou no procedimento usado nas universidades.
Muitos ficaram com dó dos dois animais usados no estudo. “Eu achei que não era do meu interesse e preferi sair. Fiquei com um pouco de dó dos animais”, afirma a estudante Bianca Larissa, de 17 anos. Os alunos que não quiseram participar não vão perder nota nem ganhar falta.
O professor disse que se baseou nos procedimentos adotados por universidades para sacrificar animais usados neste tipo de estudo. “O coelho é bom por causa da altura e formato dos órgãos, que são os mesmos em um mamífero humano. Ele tem praticidade de manuseio”, explicou. O ensino prático para cada turma durou cerca de uma hora e foi realizado na própria sala de aula, já que na unidade não tem laboratório.
Alunos filmaram e fotografaram a aula de anatomia
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Lei federal(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
A Secretaria Estadual de Educação informou que uma lei federal permite esse procedimento apenas em escolas de níveis superior e técnico, mas, como cada instituição de ensino em Goiás tem seu próprio regimento, isso dificulta a fiscalização. Por isso, o governo está elaborando orientações pedagógicas padrão que devem entrar em vigor no ano que vem. Segundo a secretaria, o professor recebeu ordem para não fazer mais esse tipo de aula.
O professor Ricardo Marques alega que quis dar aos estudantes da rede pública a mesma oportunidade que ele teve quando cursou o ensino médio na rede particular. “Eu tive esse tipo de aula. Foi fundamental para a minha formação e hoje eu sou biólogo. Deveria ter laboratório ou um local adequado. Só que eu não vou parar minha aula porque não tem e eu quero continuar desenvolvendo trabalhos diferenciados com os meus alunos”, afirma Ricardo Marques.
A diretora da escola, Racib Rosa, afirmou que a aula estava no plano apresentado pelo professor e admitiu que concordou por achar que seria uma oportunidade rara para os alunos. “Ele mostrou para os meninos onde ficavam o apêndice, os rins, para que eles entendessem”, alegou. Contudo, ela confessa que agora tem o receio de não ter sido a melhor escolha. “Achei que não ia causar esse transtorno”.
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