terça-feira, 30 de outubro de 2012

Oscilações do tempo prejudicam desenvolvimento do trigo em SC


Início da colheita traz desânimo aos agricultores do oeste do estado.
Tem produtor que não vai colher nem a metade do que esperava.

Do Globo Rural
Aquilino Sedoski plantou nove hectares de trigo na propriedade que tem em Chapecó, região oeste de Santa Catarina. A previsão inicial era colher 450 sacas, mas o clima não ajudou.
Em agosto choveu apenas dois milímetros, bem abaixo da quantidade esperada, que era de 140 mílimetros. No final de setembro foi o frio que prejudicou o desenvolvimento das plantas e o produtor reduziu em 40% a estimativa de produção. O início da colheita, na semana que passou, apontou perdas superiores a 60%.
Enquanto no ano passado os produtores receberam em média R$ 26 pela saca, este ano tem empresa pagando até R$ 34 ao produtor. Ainda assim, as empresas enfrentam dificuldades de encontrar o produto em função da queda na produção.
Em uma cooperativa que produz farinha e farelo de trigo e processa 500 toneladas do cereal por dia, 30% do trigo que abastece a produção costuma vir de fora, de lugares como Paraná, Argentina e Paraguai. Agora, com a perda nas lavouras, o volume importado terá que ser ampliado.
De acordo com a Conab, a safra de trigo em Santa Catarina deve ter uma redução de 13% na comparação com o ano passado.
As perdas com a atual safra também devem afetar o plantio do próximo ano. Francisco Sedoski se especializou na produção de sementes de trigo, mas mesmo seguindo à risca as orientações técnicas, ele produziu 40% menos que o esperado e parte do que colheu não poderá ser utilizado como semente em função da baixa qualidade dos grãos. “O ano que vem devemos ter dificuldade para plantar trigo por falta de semente”, diz.

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