Meteorologistas dizem que esta pode ser a maior tempestade de todos os tempos a atingir o país
ALTAMIRO SILVA JÚNIOR - CORRESPONDENTE ESTADÃO
NOVA YORK - A cidade de Nova York começa a semana
praticamente paralisada, de uma forma que não acontecia desde os eventos
do 11 de setembro de 2001. Transporte público fechado, bolsas de
valores paradas e vários eventos em Wall Street adiados ou cancelados.
Tudo por causa da chegada do furacão Sandy, que deve atingir a cidade na
tarde desta segunda-feira, 29, e pode ser a maior tempestade que já
atingiu os Estados Unidos, segundo a Administração Nacional Atmosférica e
Oceânica (Noaa, na sigla em inglês).
AP
Mulher caminha com cachorro em Nova York
As escolas públicas foram fechadas e as aulas nas universidades suspensas. Nos aeroportos, mais de 7,4 mil voos foram cancelados na Costa Leste dos Estados Unidos, entre pousos e decolagens previstos para ontem e hoje. Em Manhattan, até as tradicionais peças e musicais da Broadway foram canceladas.
A NYSE Euronext, empresa dona da Bolsa de Valores de Nova York, a maior do mundo, que inicialmente havia informado que o pregão eletrônico iria funcionar, soltou novo comunicado informando que, além de fechar o prédio sede da bolsa, em Wall Street, as transações eletrônicas também serão interrompidas hoje e, muito provavelmente, amanhã. A última vez que o pregão físico da NYSE foi suspenso pela bolsa foi em setembro de 1985, quando o furacão Gloria passou pela cidade, informa um comunicado da NYSE à imprensa (entre 11 e 14 de setembro de 2001 a bolsa ficou fechada por causa dos atentados terroristas).
Em agosto do ano passado, o furacão Irene chegou a parar o transporte público da cidade por um dia. No caso do Sandy, a paralisação não tem data para terminar. As autoridades da cidade informaram que o transporte público só vai voltar a funcionar 12 horas depois da passagem do furacão pela cidade, provavelmente na quarta-feira. Mais de 380 mil pessoas tiveram de deixar suas casas ontem e ir para um dos 72 abrigos abertos pela prefeitura, a maioria deles em escolas públicas.
O prefeito Michael Bloomberg convocou duas vezes a imprensa ontem. Pela manhã falou da suspensão do transporte público e da desocupação de algumas áreas. No final da tarde, pediu para as pessoas não saírem de casa hoje e falou que as pontes que ligam a ilha de Manhattan a outros bairros, como Queens e Brooklyn, podem ser fechadas a qualquer momento, dependendo da intensidade dos ventos e das chuvas.
Eleições. O furacão Sandy também dominou o noticiário na televisão americana, ontem e na manhã desta segunda-feira. O assunto ofuscou a campanha presidencial, que entra em sua reta final nesta semana.
O candidato republicano Mitt Romney cancelou ontem um comício que faria no estado de Virgínia e lançou uma campanha nas redes sociais para doações às vítimas do furacão no Caribe. O candidato democrata, Barack Obama,alertou para os perigos do furacão e pediu para as pessoas ouvirem as autoridades locais e não saírem de casa.
Nos estados de Carolina do Norte, Virgínia, Pensilvânia e New Hampshire o voto antecipado presencial para presidente está temporariamente suspenso.
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