terça-feira, 30 de outubro de 2012

Agricultores do RS testam variedade de tabaco destinada ao biodiesel


Lavoura necessita de menos mão-de-obra no cultivo.
Proposta é extrair o óleo das sementes para a fabricação de biocombustível.

Do Globo Rural
Quem olha a lavoura de tabaco no município de Rio Pardo, interior do Rio Grande do Sul, pode até pensar que se trata de mais uma propriedade voltada a produção de fumo, mas não é o caso. O agricultor Nelson Tatsch plantou 10 hectares de tabaco energético, uma variedade da planta voltada a fabricação de biocombustível. "O tabaco energético está se mostrando economicamente interessante para o pequeno produtor”, diz.
A lavoura ainda é experimental, mas a ideia é gerar renda através da extração do óleo vegetal das sementes do tabaco. Sérgio Campos de Moraes é o responsável pela implantação no Sul do país. A variedade da planta foi criada em laboratório por uma empresa italiana há nove anos.
"Esta variedade está patenteada mundialmente em mais de 50 países, inclusive no Brasil, e a folha dela não produz nicotina suficiente para que se possa produzir cigarros ou fazer fumo”.
A principal diferença em relação ao tabaco tracicional do Rio Grande do Sul é a quantidade de cachos produzidos. O número de sementes pode ser duas ou três vezes maior. Como a intenção não é usar as folhas, o manejo também é considerado mais fácil, assim como a mão-de-obra ao plantar e colher. Além disso, a cultura possibilita que sejam retiradas as sementes das plantas várias vezes por ano.
A estimativa é de que o tabaco energético renda cerca de R$ 5 mil por hectare ao ano, a metade do arrecadado, em média, com o fumo. A intenção do projeto é implantar mais mil hectares de tabaco energético no Rio Grande do Sul até 2014, quando deve ser instalada uma usina de fabricação de óleo vegetal na região do Vale do Rio Pardo.
Além do Rio Grande do Sul, uma lavoura experimental de tabaco energético também foi implantada em Minas Gerais.

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